Julgamento de Bolsonaro no STF terá sessões adicionais em setembro
Decisão de ministro Cristiano Zanin atende pedido de Moraes

Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu duas sessões adicionais no calendário do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus, todos acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A decisão foi tomada a pedido do ministro Alexandre de Moraes. O objetivo é evitar interrupções caso algum voto seja mais longo. As sessões extras estão marcadas para 11 de setembro, data em que a sessão plenária do STF foi cancelada.
O julgamento do chamado núcleo central começou em 2 de setembro, com previsão inicial de cinco sessões. A análise é presencial e conduzida pela Primeira Turma, formada por Moraes, Cármen Lúcia, Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. O colegiado vai decidir se os oito acusados serão condenados ou absolvidos. Há possibilidade de pedido de vista, o que suspenderia o processo por até 90 dias.
Réus do núcleo central
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Jair Bolsonaro: acusado de liderar a trama golpista para permanecer no cargo.
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Walter Souza Braga Netto: ex-ministro e general da reserva, único réu preso. Segundo delação, teria financiado acampamentos e ações ligadas ao plano.
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Mauro Cid: ex-ajudante de ordens, delator do caso, participou de reuniões e trocou mensagens sobre o golpe.
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Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, apresentou minuta de decreto de estado de defesa aos comandantes militares.
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Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, participou de transmissão em que se questionava o sistema eleitoral.
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Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, teve em sua casa a minuta do golpe, encontrada em janeiro de 2023.
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Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição em reunião sobre o plano.
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Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, acusado de difundir informações falsas sobre fraude nas eleições.