Justiça revoga prisão de influenciador acusado de atropelar homem no Rio
Juíza entendeu que Vitor Belarmino é réu primário e portador de bons antecedentes criminais

Foto: Reprodução/redes sociais
A Justiça do Rio de Janeiro revogou nesta sexta-feira (30) a prisão preventiva do influenciador Vitor Vieira Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, 42, na orla do Recreio dos Bandeirantes, em julho de 2024.
A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, titular da 1ª Vara Criminal da capital, entendeu que Belarmino é réu primário e portador de bons antecedentes criminais. A juíza discordou da decisão que havia decretado a prisão do influenciador, que mencionava 97 anotações na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
"Apenas em 11 anotações o condutor foi efetivamente reconhecido como sendo o acusado Vitor Belarmino, sendo que nenhuma das referidas anotações refere-se à condução do veículo automotor em alta velocidade", afirma a juíza.
A defesa de Belarmino foi procurada por mensagem e ligação, mas não retornou o contato.
A revogação da prisão impôs medidas cautelares, como a necessidade de Belarmino comparecer mensalmente em juízo, a proibição de se ausentar da cidade e o recolhimento do passaporte.
O influenciador também teve a CNH recolhida e está proibido de tirar outra; está proibido de se aproximar da mulher de Kikuta e de ter contato com as testemunhas; e não poderá acessar casas noturnas entre 22h e 6h.
Toshiro havia acabado de se casar e atravessava a avenida Lúcio Costa em direção à praia com a mulher, Bruna Villarinho, quando foi atingido pela BMW do influenciador.
Belarmino se entregou à polícia no último dia 19, dez meses após o atropelamento, e foi submetido a interrogatório na quarta-feira (28).
O acusado afirmou que dirigia em direção à praia e, ao desviar para a pista da esquerda da avenida para ultrapassar uma moto, se surpreendeu com o casal atravessando a pista. Ele estava no carro com cinco amigas. Ele também negou a ingestão de bebida alcoólica no dia do acontecimento.
"Eu lembro que estava na pista da direita, a aproximadamente 60 km por hora, resolvi ultrapassar uma moto e acelerei. Nesse momento, o casal surgiu na pista, cerca de 20 a 30 metros à frente. Freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda em direção ao canteiro, mas tinham dois carros estacionados e, também tentei não bater neles", disse.
Ele alegou que chegou a parar o carro para prestar socorro, mas percebeu que algumas pessoas apareceram para socorrer a vítima e ficou com medo de ser agredido. Por isso, saiu do local.
"Após atingir o Toshiro, fiquei desesperado e não sabia o que fazer. As meninas começaram a gritar e parei o carro mais à frente com a intenção de prestar socorro. Mas vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui."