Coronavírus
O pico europeu foi atingido na última segunda-feira (12), quando contabilizou-se 117.193 novas infecções pelo continente
FOTO: Reprodução / UOL
Há alguns meses com a pandemia de Covid-19 sob controle, a Europa, que foi um dos epicentros da doença no mundo, enfrenta uma disparada pós-verão nos números de novos casos. Na segunda-feira (12), por exemplo, foram 117.193 novas infecções, três vezes a mais do que em 4 de abril, quando chegou a 37.794, o maior patamar da “primeira onda”.
Se somados os números dos últimos dez dias, o índice é ainda mais assustador: foram 979.585 resultados positivos, 6,5% a mais do que todo o mês de setembro no Brasil.
O levantamento foi feito pelo (M)dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base nos balanços do Ministério da Saúde e do Our World in Data, site que reúne informações da pandemia em todo o mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o contágio na região. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral, pediu, em coletiva nessa segunda-feira (12), que as nações continuem com as medidas de contenção.
“Muitas cidades e países também estão reportando um aumento nas hospitalizações e na ocupação de UTIs. Quase 70% de todos os casos da Covid-19 reportados globalmente na última semana são de dez países e quase a metade dos casos vem de apenas três países”, destacou.
O Brasil vive situação diferente, mas ao mesmo tempo preocupante. Em relação às novas infecções, o país está há 36 dias abaixo de toda a Europa. As mortes, por outro lado, são superiores desde maio.
Para Jonas Lotufo Brant De Carvalho, infectologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), é só uma questão de tempo para os casos no país voltarem a crescer.
“Com a queda do distanciamento social, faremos com que o vírus volte a ganhar espaço. Vamos ficar nesse período de subidas e descidas por algum tempo. A tendência é que no Brasil, assim como na Europa, entremos nessa dinâmica de ondas”, explicou.
Wildo Navegantes de Araújo, professor de epidemiologia da UnB, acredita que um fator decisivo pesará contra o Brasil.
“Esse paralelo não pode ser feito tão linear porque não vivemos nem a primeira onda completa. Existe um risco de que entremos em uma situação pouco semelhante ao que está acontecendo na Europa, mas com uma ‘segunda onda’ ligada à primeira. Elas vão se unir, virar uma megaonda, e isso, do ponto de vista econômico e de saúde pública, será um colapso”, disse.
Pelo Twitter, o doutor em virologia Atila Iamarino explicou que a mudança climática também vai influenciar no comportamento do vírus por aqui. “Ele segue sazonalidade. A Europa tinha controlado bem melhor do que o Brasil e está entrando em um inverno pavoroso. Já tem leito faltando de novo. No nosso segundo inverno pandêmico, o cinto já vai estar apertado antes de começar”, avaliou.
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