Líder do PSL diz ser vítima de "fake news" e que chamou o governo do PT de "lixo", não a Bahia

O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou nesta quinta-feira (23) que a fala dele na audiência conjunta com ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta quarta (22) na Câmara dos Deputados, foi editada e colocada fora de contexto. Segundo ele, era claro que ele se referia ao governo do PT quando falou que "a Bahia é um lixo" e não ao estado ou à população baiana.

"O povo baiano é maravilhoso, é trabalhador, é ordeiro. Tem um turismo espetacular", falou e elogiou a gestão do prefeito ACM Neto em Salvador.

Delegado Waldir ficou surpreso quando soube que pode ser acionado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e adiantou que deve fazer o mesmo, uma vez que entende que a fala dele foi retirada de contexto. "É nojento eles fazerem uma montagem covarde numa fala minha em que ataco os governos do PT e eles colocam como se estivesse atacando o povo baiano, isso é fake news. Esses parlamentares serão representados no Conselho de Ética, estou pegando o material", registrou.

O deputado ainda brincou com a notoriedade que o caso ganhou e se dispôs a concorrer ao governo da Bahia para melhorar a gestão no estado. "Com toda essa publicidade, vou concorrer ao governo do estado e vou consertar a Bahia, que está um lixo. Mas não foram os baianos, foram os vários governos do PT que acabaram com o estado. É uma pena que esteja sendo governada há tanto tempo por quem não tem compromisso com o povo baiano", atacou.

De outro lado, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) adiantou que vai reunir a bancada baiana no Congresso Nacional para entrar com uma representação contra Delegado Waldir. Para ela, o comentário foi preconceituoso. "Se ele [Delegado Waldir] tem divergências políticas ele que fale, mas foi literal e nós temos um vídeo. Ele disse que a Bahia é um lixo. Então vou oficiar ao coordenador da bancada da Bahia para que possamos fazer uma interpelação ao deputado Delegado Waldir, para que ele se explique", colocou.

A deputada ainda estuda representar pela conduta do Delegado Waldir que tumultuou a audiência, tendo coagido a presidente da Comissão do Trabalho, Professora Marcivânia (PCdoB-AP), e incentivado a ação da segurança legislativa contra os representantes de entidades estudantis que usariam da palavra na audiência, conforme acordo estabelecido. De acordo com a deputada, as atas taquigráficas, os vídeos da Casa e de gravações serão usados para embasar.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) adiantou que deve representar contra o deputado na próxima terça-feira. O documento já está pronto.