Livro de deputada líder de partido de extrema direita italiana ganha popularidade
"Io sono Giorgia — Le mie radici, le mie idee" teve recorde de vendas do livro no país

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Recém-lançado na Itália, o livro da deputada Giorgia Meloni, líder do único partido no Parlamento — Irmãos de Itália, de extrema direita, “Io sono Giorgia — Le mie radici, le mie idee” (Eu sou Georgia — as minhas ideias e minhas raízes), virou alvo de discórdias variadas e ao mesmo tempo se tornou um sucesso editorial por retratar sobre os humores políticos e culturais do país.
Não tanto pelos méritos literários, a autobiografia da política incendiou o ambiente cultural e político, que há alguns anos tem o fortalecimento da direita populista no centro do debate, comprovando a alta popularidade da deputada, que teve recorde de vendas do livro no país.
A autobiografia apareceu em um anúncio da editora na primeira página de um jornal de esquerda, foi promovido politicamente em cidades administradas por partidários e virou até caso de polícia, jogando ainda mais combustível na polarização italiana.
Única liderança oficialmente na oposição, o que tem contribuído para o crescimento nas pesquisas, Giorgia Meloni começou a militância naquele que foi o maior grupo neofascista da segunda metade do século XX, o Movimento Social Italiano. Ela tinha pouco mais de 18 anos e iniciou as atividades num tradicional bairro operário de Roma. Hoje aos 44, Meloni é a presidente do Irmãos de Itália, descendente direto do MSI e que ela ajudou a fundar em 2012. O partido manteve em sua bandeira a chama tricolor herdada do antigo grupo.
Defensora da família tradicional, crítica do Islã praticado por imigrantes que, segundo ela, ameaça o cristianismo, e aliada de líderes como o iliberal Viktor Orbán, da Hungria, Meloni cresceu sem pai e vive com o companheiro, pai da filha, numa relação não tradicional. Na autobiografia, ela repudia o assédio e os ataques sexistas de que as mulheres são alvos frequentes na política e fala do fascismo sem se comprometer.