Lula diz que responsabilidade com a Amazônia não é só do Brasil e cobra recursos por países desenvolvidos
Presidente afirmou que Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Noruega anunciaram liberação de recursos

Foto: Rovena Rosa/Agência Bras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) renovou, nesta sexta-feira (2), o pedido aos países desenvolvidos para que cumpram as promessas de fornecer recursos ao Brasil e outras nações em desenvolvimento, para a proteção das florestas e a redução dos danos ambientais e climáticos.
"Estou esperando até agora os US$ 100 bilhões", declarou durante visita à nova fábrica da Eletra, produtora de ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP).
Lula já havia feito uma solicitação semelhante no início de maio, durante sua participação na reunião do G7 no Japão. De acordo com o presidente, a promessa foi feita em 2009, na COP de Copenhague, mas até o momento o dinheiro não foi repassado. O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
O presidente mencionou que recentemente os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Noruega anunciaram que irão liberar recursos, mas ressaltou que a responsabilidade não é apenas do Brasil.
"A Amazônia não é apenas brasileira, existem florestas em oito países. Se esses países industrializados já desmataram o que precisavam desmatar, eles devem pagar para que aqueles que ainda possuem florestas as mantenham em pé", afirmou.
A ampliação da fábrica de ônibus elétricos faz parte de um plano de investimento de R$ 150 milhões. Durante seu discurso, Lula declarou que irá "tentar convencer prefeitos de todo o Brasil a fazerem essa transição energética".
"Estamos sempre falando sobre o desmatamento na Amazônia, mas quando chega a hora de agir, não fazemos nada", afirmou.
O presidente também criticou o fato de que "os europeus querem que o Brasil abra as portas para compras governamentais", referindo-se a acordos com a União Europeia (UE). "O Brasil, nos anos 1980, era muito maior do que a China. Olhem o que a China se tornou e onde o Brasil está", declarou Lula.
O chefe do executivo estava acompanhado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento e Indústria; pela primeira-dama Janja e pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Camilo Santana (Educação), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Luiz Marinho (Trabalho), Márcio França (Portos e Aeroportos), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Renan Filho (Transportes).
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) também esteve presente junto com Lula e os demais ministros na inauguração de um novo bloco da Universidade Federal do ABC (UFABC).