Mais da metade dos moradores de capitais brasileiras evidenciaram discriminação racial em shoppings e estabelecimentos comerciais, aponta pesquisa
Dados foram divulgados na pesquisa "Viver nas Cidades: Relações Raciais", divulgada nesta quinta-feira (20)

Foto: Reprodução/Freepik
A pesquisa "Viver nas Cidades: Relações Raciais", divulgada nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Cidades Sustentáveis, aponta que moradores de capitais brasileiras percebem a discriminação racial de maneira mais clara em shoppings e outros estabelecimentos comerciais.
Durante o levantamento, pesquisadores recolheram respostas de 3.500 pessoas em Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e questionaram quais os três lugares que existem mais diferença no tratamento de pessoas negras e pessoas brancas.
Os dados obtidos mostram que 57% dos entrevistados citaram os estabelecimentos comerciais entre as três opções, como shoppings, lojas, cinemas, restaurantes, bares, mercados e farmácias. Em Salvador, capital da Bahia, o percentual de entrevistados que apontaram esse ambiente é o maior, com 65%.
A pesquisa indicam que 10% da população das dez cidades afirmou não existir diferença no tratamento entre negros e brancos. Enquanto outros 12% não souberam responder.
Depois dos estabelecimentos comerciais, os lugares mais citados foram o trabalho, com 44%, incluindo processos de seleção, dia a dia e promoção profissional; e as ruas e os espaços públicos de convivência, com 31%, como parques e praças.
Serviços essenciais para a população também aparecem com números significativos na pesquisa sobre a discriminação racial. As escolas, faculdades e universidades aparecem com 29%, o transporte público 16%, e os hospitais e postos de saúde com 15%.
Outros 14% entrevistados relataram que a discriminação racial está presenta no ambiente esportivo, como quadras, estádios e clubes; e 9%, no local onde moram. A pesquisa ainda aponta que o preconceito se evidencia em igrejas e locais de culto religiosos, para 6% dos entrevistados, e no ambiente familiar, para 5%.
Confira gráfico:
Fonte: Instituto Cidades Sustentáveis e Ipsos-Ipec
Sobre o método de intervenção para o problema, o percentual entre brancos e negros que defende o aumento da punição para atos de injúria e racismo é o mesmo, com 42%. A abordagem educacional é defendida por 36% dos brancos e por 33% dos negros e a punição mais severa para policiais, por 32% e 34%, respectivamente.
Índices em Salvador
Além dos 65% dos entrevistam em Salvador que apontam maior presença de discriminação racial em Shoppings e estabelecimentos comerciais, 50% afirmaram ter presenciado a situação em ambientes de trabalho.
Em terceiro lugar aparecem as escolas e faculdades, com 32%. Entre os entrevistados, 6% afirmaram não existir diferença no tratamento, enquanto 12% não souberam responder.
Confira gráfico da evidência do racismo em Salvador:
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Fonte: Instituto Cidades Sustentáveis e Ipsos-Ipec


