Mais da metade dos trabalhadores baianos em 2022 está na informalidade, aponta IBGE
Entre janeiro e março deste ano, situação impactou 3,2 milhões de pessoas

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A Bahia conta com 3,2 milhões de pessoas que trabalham de forma autônoma, o que representa 54,7% dos trabalhadores do estado. O resultado se refere aos três primeiros meses deste ano, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2020, o número sobre a informalidade alcançava pouco mais da metade dos baianos, com 51,2%, o que correspondia a 2,6 milhões de pessoas nessa situação. O resultado é menor porque na pandemia do coronavírus, o número de informais caiu, já que eles foram obrigados a parar de trabalhar.
Naquele ano, estar na informalidade na Bahia significava ganhar, em média, 60,3% menos do que recebiam os trabalhadores formais, ou R$ 1.009 frente a R$ 2.541.
Barbeiro há 3 anos, Fabio Almeida, de 24 anos, explicou ao Farol da Bahia que se tornou autônomo por uma frustração que teve em um trabalho de carteira assinada, onde o demitiram após seis meses. "Logo depois que terminei o Ensino Médio, apareceu a oportunidade de trabalhar de carteira assinada, com salário fixo e tudo mais, eu aceitei a proposta e fiquei por seis meses, mas na carteira de trabalho, o responsável assinou apenas três meses e me mandou embora dizendo que o contrato já tinha acabado", contou.
Por já ter tido uma experiência passageira com corte de cabelo, onde na época da escola cortava a dos colegas, Fabio foi incentivado pela família e por alguns amigos a seguir na profissão. "Foi pelo desespero que de fato eu comecei a cortar cabelo, como trabalho, como profissão", acrescentou.
Ao ser questionado como lida com a concorrência, devido a profissão ser muito popular nos bairros de Salvador, Fabio explicou que a pandemia da Covid-19 fez com ele fidelizasse alguns clientes, visto que ele era o único que realizava os atendimentos à domicílio. "Hoje o meu diferencial é que sou um dos únicos a cortar o cabelo sob agendamento. Isso foi resultado da pandemia porque eu trabalhava à domicílio e precisava agendar. Hoje tenho o meu ponto fixo e as pessoas que vêm até a mim".
No primeiro trimestre de 2018, a Bahia ocupava o quinto lugar no ranking nacional de trabalhadores informais, onde haviam 2,7 milhões de pessoas atuando sem carteira assinada ou de forma autônoma. Dois anos depois, em 2020, o estado registrou uma boa melhora, mas o número ainda ultrapassava a metade dos trabalhadores.
Desemprego e informalidade no Brasil
Na terça-feira (31), o IBGE divulgou dados sobre a taxa do desemprego no Brasil, que recuou no trimestre encerrado em abril e caiu para 10,5%. Antes, o desemprego afetava 11,949 milhões de pessoas e agora atinge cerca de 11,3 milhões. Essa foi considerada a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde e2015, quando foi de 8,1%.
Sobre os dados da população informal no território nacional, houve um recuo de 40,4% para 40,1%, mas, apesar da redução, o resultado ainda está acima do registrado no mesmo período de 2021, quando era de 39,3%.


