Mais de 790 mil pessoas perderam renda de trabalho na Bahia em 2020

Segundo o IBGE, recuo de 5,7 milhões para 5,0 milhões só não foi pior do que na Paraíba, que registrou uma queda de 15,4%

Por Da Redação
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Mais de 790 mil pessoas perderam renda de trabalho na Bahia em 2020

Foto: Getty Images

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (19), apontam que a Bahia é o estado que apresenta a maior desigualdade salarial do Brasil. No ano passado, devido aos impactos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus, cerca de 791 mil pessoas perderam a renda de trabalho, o que significa um recuo de 13,8% entre a população. De acordo com o instituto, esse foi o segundo maior recuo entre os estados.

O recuo de 5,7 milhões para 5,0 milhões com renda na Bahia (13,8%) só não foi pior do que na Paraíba, que registrou uma queda de 15,4%. A queda no número de baianos com renda contrasta com o visto no ano anterior, quando o estado teve crescimento recorde, passando de 4,2 milhões para 5,1 milhões de pessoas (+22,6%, ou mais 944 mil pessoas em um ano).

Apesar da queda de pessoas com renda, a renda média do trabalhador baiano aumentou 14,1% em 2020. No entanto, isso também refletiu na maior disparidade entre salários, o que tornou a desigualdade ainda maior. De acordo com o IBGE, os 10% de trabalhadores com maiores salários recebiam, em média, o equivalente a 56 vezes o rendimento dos 10% que ganhavam menos (R$ 8.624 contra R$ 155).

No ano passado, na Bahia, houve altas nos rendimentos médios de trabalho em todas as faixas de recebimento, entretanto, elas foram bem mais expressivas entre aqueles que já ganhavam mais. Essa realidade fez a desigualdade salarial seguir em alta pelo segundo ano consecutivo no estado e se tornar a maior do país, segundo o levantamento. 

Raça e gênero

Em 2020, trabalhadores pretos passaram a ganhar, em média, a metade dos brancos (-49,6%); e mulheres passaram a receber 1/5 a menos que os homens (-21,5%). Além disso, também no ano passado, um trabalhador preto ganhava quase a metade de um branco: R$ 1.469 frente a R$ 2.892 (-49,8%). Em 2019, a diferença era significativamente menor, embora ainda bastante alta (-38,3%).

Na comparação entre trabalhadores de cor parda e branca, a desigualdade aumentou ainda mais e chegou, em 2020, ao seu ponto máximo na série histórica recente do IBGE, iniciada em 2012. No ano passado, os pardos recebiam, em média, R$ 1.671, 42,2% menos do que os brancos. Em 2019, essa diferença era de -30,5%. A situação foi parecida entre trabalhadores homens e mulheres, embora a desigualdade salarial por sexo na Bahia seja menos profunda do que por cor ou raça. Em 2020, as mulheres que trabalhavam na Bahia recebiam, em média, R$ 1.591, ou 21,5% menos que os homens, cujo rendimento médio era de R$ 2.027. Essa diferença era de -19,2% em 2019. 

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