Mais de 80% dos pais apoiam a vacinação infantil, revela pesquisa

A Rede de Pesquisa Solidária, em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal aponta que 98% dos pais, com filhos menores de 14 anos, se posicionam a favor da vacinação completa das crianças.  A informação foi divulgada no 45° Boletim, focando no tema: "O que pensam os brasileiros sobre a vacinação de crianças em 2023". Entre os dias 19 de julho e 3 de agosto, foram entrevistados 2.129 pais de todas as regiões do país, e a conclusão é de que a imunização é considerada parte integral dos cuidados com a saúde de crianças e adolescentes. As informações são do jornal USP. 

No contexto de todos os responsáveis entrevistados, a pesquisa demonstrou que mais de 80% aderiram à imunização dos jovens de maneira homogênea em todas as regiões do país.

A professora Lorena Barberia, do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo e integrante da Rede de Pesquisa Solidária, comenta a relevância desse levantamento e os seus resultados. De acordo com a docente, ao longo da pandemia, a questão da imunização infantil tornou-se um tema politizado. Dessa forma, a Rede considerou essencial realizar esse levantamento para compreender a problemática dentro de um país que possui um programa de vacinação consolidado.

A pesquisadora ressalta que a Rede tem um interesse em políticas públicas que possam aprimorar os índices de vacinação no Brasil. Ela afirma: "Uma questão é a disposição e a opinião dos pais sobre vacinar seus filhos, mas nós também entendemos que fazer a vacina chegar até as crianças é muito mais complexo".

Lorena explica que diversos fatores, como conveniência, confiança e complacência dos pais, podem influenciar a queda nas taxas de vacinação. Diante desse cenário, o boletim busca contextualizar e avaliar as decisões dos responsáveis, levando em consideração os riscos que eles percebem. A meningite, segundo a docente, serve como um exemplo para entender como doenças específicas impactam nas decisões dos pais. Nesse caso, a aceitação da vacinação é alta, dada a gravidade da enfermidade. "É essencial dialogar com os pais sobre a decisão de vacinar suas crianças, enfatizando a confiança nas vacinas e a importância da complacência. Existem riscos graves e, por isso, promovemos a vacinação", enfatiza a professora.

Ela também destaca que muitas vezes os pais têm dificuldade em levar seus filhos para serem vacinados devido a compromissos de trabalho, e por isso, políticas públicas devem ser implementadas para facilitar esse processo.

O boletim revelou que mais de 80% dos entrevistados concordam que seus filhos sejam imunizados no ambiente escolar. Lorena menciona que já existem municípios, inclusive em São Paulo, que exigem a apresentação da carteira de vacinação para a matrícula de crianças nas escolas, e que campanhas de imunização já são realizadas dentro do ambiente escolar. Segundo ela, as vacinas para covid, HPV e influenza, atualmente, têm uma cobertura menor entre crianças e adolescentes.