A Defensoria Pública da Bahia divulgou, nesta quinta-feira (25), que 90,4% dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativa no estado são negros. Os dados fazem parte de um relatório sobre o perfil dos jovens que estão nas Comunidades de Atendimento Socioeducativo (CASEs). No geral, a Bahia tem quatro centros de atendimento. Um deles fica em Salvador, na Estrada CIA Aeroporto, e o outro em Camaçari, região metropolitana. 

As outras duas unidades ficam em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Nesses dois pontos, 100% dos adolescentes se autodeclaram negros. Os brancos representam um percentual de 8,9% do total e apenas um adolescente apreendido se identifica como indígena. Além disso, o relatório do órgão aponta que o núcleo familiar da maioria dos jovens que cumprem medidas é composto apenas por mãe e irmãos, sem a presença dos pais: 31,4%. A figura paterna faz parte da vida de cerca de 21% dos adolescentes que estão nos CASEs. Além disso, 12,2% desses jovens têm filhos, um total de 21 deles.

Dos 172 jovens que estão nas unidades, 12 já estiveram em situação de rua em algum momento de suas vidas, ou estavam quando foram apreendidos, metade deles na capital baiana. O levantamento também aponta que menos da metade dos adolescentes estavam matriculados em uma escola quando foram apreendidos: 48,26% deles.  Apenas 30 jovens relataram terem estudado e trabalhado ao mesmo tempo, antes da internação. Ainda de acordo com os dados, apesar de todos os 172 jovens terem registros nas unidades de cumprimento de medidas, mais de 11% deles não possuíam o documento de Registro Geral (RG) quando foram apreendidos. Apenas 59% possuem Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).