Marília Gabriela descobre câncer de pele. Aprenda autoexame para detectar doença!
A jornalista realizou cirurgia para remover um carcinoma basocelular no nariz

Marília Gabriela descobriu recentemente um câncer de pele no nariz e teve de retirar o carcinoma basocelular com cirurgia. A jornalista confundiu o problema com uma espinha. A detecção precoce da doença aumenta muito as chances de cura. Nesse sentido, devemos estar atentos ao maior órgão do nosso corpo: a pele. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 55 mil pessoas morrem por melanoma todos os anos, o que representa seis mortes por hora. Segundo o Ministério da Saúde, o melanoma (tipo de câncer de pele com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade) representa 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. É por isso que você deve ficar atento aos sinais que aparecem no seu corpo. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença, segundo a SBD. Segundo o dermatologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Fabiano Siviero Pacheco, observar e conhecer o próprio corpo permite detectar pequenas mudanças em alguns sinais ou pintas. O médico alerta que existem algumas dicas, chamadas de “ABCDE”, que ajudam a identificar um possível melanoma durante o autoexame em casa. – O melanoma pode ser uma doença perigosa e as pessoas precisam saber identificar quando alguma pinta mudou na sua pele. Nosso ABCDE é uma referência para que a população observe sua pele, ou a pele do seu familiar, e busque um dermatologista para um diagnóstico preciso. A pinta suspeita nem sempre vai se transformar em um melanoma. Porém, quanto antes iniciar-se um diagnóstico e um tratamento, mais tranquilo será o processo – explica. De acordo com o dermatologista, a letra “A”, do ABCDE, é Assimetria. O paciente pode observar se a pinta, ao ser dividida em duas metades, tem estas metades simétricas. Caso tenha um formato irregular, é uma suspeita. A letra “B” é para cuidar as Bordas da lesão, pois toda pinta deve ter suas bordas lisas. Pintas com bordas recortadas, como um mapa, podem ser suspeitas. A letra “C” refere-se às Cores da pinta. O dermatologista relata que existem diversos tons normais, do marrom claro ao escuro. Entretanto, quando mais cores diferentes (vermelho, branco, preto, tons cinza-azulados), mais suspeita é a pinta. O “D” é o Diâmetro dos sinais, considerados com maior risco quando estão maiores de 0,6 cm. A última orientação é a letra “E”, de Evolução. O médico afirma que uma pinta que progressivamente tem algum crescimento ou modificação deve ser investigada. – Quando perceber uma dessas alterações, o paciente já deve procurar um dermatologista para uma avaliação. Nós vamos avaliar se existe ou não um problema, mas o paciente nos auxilia muito ao relatar alguma alteração. O autoexame é fundamental. Se olhar para sua perna, por exemplo, e ver que alguma mancha está diferente, é um indicativo para visitar um especialista. Importante lembrar que toda pele deve ser observada, inclusive couro cabeludo e unhas – salienta. O melanoma pode se apresentar como uma ferida na pele, como outros tipos de câncer de pele. Além disso, o paciente deve ficar atento aos sangramentos em pintas ou sinais. Dor ou coceira também são suspeitos. O dermatologista alerta que o melanoma pode afetar órgãos como o pulmão, o fígado, o cérebro e outras partes do corpo de maneira generalizada. O tempo é importante no tratamento. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais superficial é a doença e com mais chances de cura. Este câncer, diferente de outros mais conhecidos de pele, não está associado apenas à exposição solar. – Não existe um fator determinante isolado para desenvolver a doença. Identificamos predisposição para quem tem histórico familiar. Não temos como evitar este câncer, mas podemos minimizar os problemas com o diagnóstico precoce. Recomendamos visitar um dermatologista pelo menos uma vez por ano, para uma revisão geral – orienta. Descoberta por acaso Levando sua enteada ao dermatologista, Daniel Nunes de Oliveira, de 41 anos, descobriu que estava com um melanoma nas próprias costas. – Minha esposa comentou que eu estava com uma pinta diferente nas costas, mas eu fui adiando a ida ao médico. Quando acompanhei minha enteada ao dermatologista, mostrei as costas e ele me alertou que poderia ser algo bem sério. Me assustei bastante e comecei a buscar outros sintomas no corpo. A pinta foi retirada e o exame mostrou que era, realmente, um melanoma – lembra Oliveira. Daniel fez o tratamento e, por sorte, o câncer não chegou até a corrente sanguínea. Outras dúvidas sobre o assunto devem ser esclarecidas com um médico dermatologista.