'Mataram Diego lentamente', diz mãe do filho caçula de Maradona
Morte do astro do futebol argentino completa 100 dias nesta sexta (5)

Foto: Reprodução
Nesta sexta-feira (5) completa 100 dias do último suspiro do astro do futebol argentino, Diego Armando Maradona. Para a mãe do filho caçula do ex-atleta, Verónica Ojeda, revela com convicção que "Mataram Maradona lentamente".
Um documentário revela áudios que mostram a irresponsabilidade do médico de Maradona, Leopoldo Luque, em relação aos cuidados com o paciente. "Maradona fumava maconha e misturava vinho, cerveja e medicamentos psiquiátricos" e era "dopado para que seus assistentes levassem mulheres a sua casa", acusa o áudio do documentário. Ainda em uma mensagem de voz, Luque teria dito: "El gordo se va a cagar muriendo", algo em português como "está fodido, vai morrer".
Acostumado com a vida de luxo, Diego Maradona morreu em uma casa simples em Tigre, na região de Buenos Aires, após passar 14 dias no local. A casa foi escolhida pelas filhas Jana, Dalma e Giannina, e custou US$ 16 mil (R$ 96,3 mil) por três meses.
Devido aos problemas de articulação, com aval do médico Leque, Maradona foi instalado no térreo, um espaço improvisado que seria de quarto com banheiro químico dentro, local considerado posteriormente pelos médicos como foco de infecções, já que o ex-atleta havia recentemente operado a cabeça.
O sobrinho Johnny Espósito contou à TV América que Maradona reclamava muito por tomar banho de mangueira no banheiro apertado. Em depoimento à Justiça, Griselda Morel, pedagoga de Dieguito Fernando, o caçula de Maradona, revelou que havia muita sujeira no chão da casa, e que a casa só era limpa na presença da cozinheira, Monona.
O UOL ouviu o jornalista argentino e produtor do documentário, Martín Candalaft, e questionou o que mais havia o surpreendido com revelações. Em resposta, Martín afirmou que "ninguém o ajudou" e pontuou que é o que se afirmaram até o momento com os áudios.
"Os assistentes de Maradona falaram abertamente que se Diego fosse à casa de Gianinna [sua filha], o perderiam. Ainda não podemos desenvolver muito, mas Maradona solicitava tratamento aos médicos, e os profissionais não sabiam o que fazer. Representantes e médicos nem sempre se entendiam", contou.
Na próxima segunda-feira (8), uma junta médica irá analisar se houve erro e negligência na morte do atleta. A análise será realizada por nove especialistas e deve durar em média três semanas.