Mauro Cid volta a depor no STF em processos sobre trama golpista

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro presta novo depoimento após acordo de delação premiada com a PF

Por Da Redação
Ás

Mauro Cid volta a depor no STF em processos sobre trama golpista

Foto: Ton Molina/STF

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, depõe na tarde desta segunda-feira (13) no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O militar, que fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, será ouvido sobre três núcleos do possível esquema golpista, cujos processos penais reúnem 23 réus.

Pela manhã, o STF colheu depoimentos de testemunhas relacionadas aos mesmos fatos. Entre elas, o ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, que confirmou ter recebido ordens de superiores, sob determinação do então diretor-geral Silvinei Vasques, para intensificar abordagens de ônibus e vans durante o segundo turno das eleições. Segundo Adiel, a chefia da PRF orientou a corporação a “tomar um lado”.

Outra oitiva foi a do servidor do Ministério da Justiça, Clebson Ferreira de Paula Vieira, que relatou ter sido orientado por uma subsecretária da pasta, no governo Bolsonaro, a produzir relatórios relacionando o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva a facções criminosas. “Eu lembro que tinha mencionado que chegou um pedido para tentar ver análise e correlação estatística da concentração de votos em territórios do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, para ver se tinha correlação se o candidato Lula tinha maior concentração de votos em área dominadas por facção criminosa”, afirmou.

Também foi ouvido Éder Lindsay Magalhães Balbino, empresário acusado de auxiliar na produção de material que levantava suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Em junho, Mauro Cid já havia deposto no STF na ação penal que envolve o chamado “núcleo crucial” da organização, do qual Jair Bolsonaro também é réu. O objetivo do novo interrogatório é aprofundar informações sobre a gestão, ações coercitivas e estratégias de desinformação supostamente empregadas para tentar reverter o resultado eleitoral. 

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