MEC mantém mudança no Sisu que torna nota de corte na hora de escolher o curso inútil
Sistema para aqueles que realizaram o Enem 2020 será aberto em 6 de abril

Foto: Reprodução/O Povo
O Ministério da Educação (MEC) decidiu manter uma mudança no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que faz com que as notas de cortes fiquem artificialmente mais altas, o que, na prática, inutiliza o recurso que baliza a escolha dos candidatos. O sistema será aberto no dia 6 abril para aqueles que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado, cujo resultado será divulgado a partir das 18h desta segunda-feira (29).
A nota de corte é o resultado do candidato com o menor desempenho que está sendo aprovado em cada curso. Ela é atualizada diariamente no site do Sisu e serve para o aluno saber se está sendo aprovado ou não. Se o candidato tiver pontuação menor do que a nota de corte ele pode optar por trocar de curso ou tentar uma vaga na lista de espera.
No ano passado, porém, uma mudança que não havia sido anunciada pelo MEC inviabilizou a utilização da nota de corte para se tomar a decisão. Anteriormente, o sistema não considerava, para a nota de corte, a segunda opção dos candidatos que já estavam sendo selecionados na primeira opção de curso. O modelo novo, no entanto, não faz isso.
"O modelo novo deixa os alunos perdidos. O candidato não sabe até que ponto essa classificação que está naquele momento do Sisu inclui pessoas que marcaram aquele curso como segunda opção e vão acabar sumindo depois pois passaram na primeira opção", diz Frederico Torres, coordenador do Colégio Pódion, em Brasília (DF) e especialista em Sisu.
O MEC afirma que o modelo não aumenta artificialmente a nota de corte. Em nota, defende que “a atual apresentação é mais transparente e segura”. No entanto, levantamento feito pelo jornal O Globo em 3.353 cursos de universidades federais aponta que, em 87% deles (2.908), a nota de corte caiu na comparação entre o último dia de inscrições no Sisu de 2020 e o resultado final.