Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início de 2023, o Wegovy, primeiro medicamento injetável de uso semanal para sobrepeso e obesidade, só estará disponível no mercado brasileiro a partir de 2024. O medicamento já é comercializado nos Estados Unidos, Dinamarca e Noruega. A expectativa inicial era que as canetas do medicamento estivessem disponíveis para os pacientes brasileiros ainda em 2023, mas a procura global aumentou, impactando a disponibilidade. 

O Wegovy, à base de semaglutida, tem se tornado uma nova aposta para famosos e anônimos que buscam perder peso. Sua chegada ao Brasil pode ser importante para que pessoas com obesidade optem por este medicamento, em vez do Ozempic, indicado para diabetes tipo 2, que também é utilizado para tratar a obesidade, porém, fora da indicação original.

Em relação ao preço, a Novo Nordisk, fabricante do Wegovy, estima que a caneta de 1 mg seguirá o mesmo preço do Ozempic, em torno de R$ 1 mil. Contudo, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) prevê que o preço máximo pode chegar a R$ 2.484, dependendo do estado. A empresa destaca que o valor final nas farmácias pode ser diferente.

Apesar da aprovação para adultos com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades, a farmacêutica já solicitou a extensão do uso para adolescentes. O Wegovy é baseado na semaglutida, assim como outros medicamentos aprovados no Brasil, como o Ozempic e o Rybelsus, que são recomendados para diabetes tipo 2, porém, utilizados fora da indicação original para tratar a obesidade e sobrepeso.

A Anvisa aprovou o Wegovy após avaliar os resultados do programa de ensaios clínicos STEP (Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity). Os pacientes que utilizaram o medicamento alcançaram uma média de 17% de perda de peso corporal em 68 semanas, em comparação com 2,4% do grupo placebo. Além disso, um em cada três pacientes perdeu 20% do peso corporal, e 83,5% alcançaram uma redução de 5% ou mais com o uso do medicamento, em comparação com 31,1% do grupo placebo.

Embora o Wegovy seja o primeiro injetável semanal aprovado para o tratamento de obesidade, o Brasil já possui outro medicamento semelhante, o Saxenda, baseado na liraglutida, de uso diário. Ambos pertencem à mesma classe de análogos do hormônio GLP-1. Combinar os dois medicamentos não é indicado, uma vez que eles agem de forma semelhante no organismo.