Médico passa três meses na UTI após bactéria entrar por ferimento no dente e causar lesão no cérebro e coração
Eduardo Passamai relatou que o ferimento foi causado por uma obturação que quebrou e infeccionou

Foto: Reprodução/TV Gazeta
O cirurgião plástico Eduardo Passamai, de 49 anos, ficou três meses internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após uma bactéria entrar por um ferimento no dente do profissional e causa uma lesão no cérebro e no coração. O ferimento foi causado por uma obturação que quebrou.
Depois do machucado, o profissional precisou passar por uma cirurgia às pressas e ficou internado em um hospital de Vitória, no Espírito Santo.
"Ocorreu uma lesão de obturação na boca e fez uma ferida, fez uma distribuição de bactérias. Pode acontecer com qualquer pessoa. Toda vez que você circula bactéria, ela pode parar em qualquer lugar. No meu caso, ela terminou indo para o coração, fez uma lesão cardíaca. E eu nunca tive problema cardíaco, nunca tive nada. E aí subiu e foi para o cérebro. Tudo mudou depois disso. Meu modo de ver mudou. Essa conexão que eu fiz com Deus, de conseguir fazer minhas orações, a conexão com meus filhos completamente diferente, o tempo com a minha mãe... Tudo mudou", disse em entrevista à TV Gazeta.
Os primeiros sintomas ocorreram no dia 27 de abril, após participar da Romaria dos Homens, procissão tradicional da Festa da Penha a qual participa há 31 anos. "Senti uma dor de cabeça muito forte, uma dor de cabeça que eu nunca tinha tido na vida. Achei que era uma enxaqueca. De repente, cheguei no hospital e me descobri com a possibilidade de um tumor craniano, uma hipertensão craniana que eu não sabia, e apaguei", contou.
Uma ressonância foi realizada e apontou três abscessos cerebrais em torno de seis centímetros, e outros dois menores. Segundo Passani, pelo fato do cérebro ter inchaço, causou um edema cerebral, que é uma bolsa de pus no cérebro. "Foi uma situação de susto, eu ouvia tudo aquilo, ouvia as pessoas falando, ouvia a cirurgia. Eu levantei a mão, uma enfermeira chegou muito doce, falando comigo, perguntando se alguém tinha conversado comigo, e ela falou da possibilidade de eu ser operado no cérebro, fazer uma neurocirurgia", apontou.
O procedimento, então, aspirou a secreção e depois foi necessário um tratamento com antibiótico para diminuir as lesões.
Vivência na UTI
Durante os três meses, o cirurgião celebrou o aniversário do filho no dia 1º de julho, e depois o próprio aniversário e o da filha, no dia 17 de julho. Para Passani, o período nos hospital mudou sua vida para sempre.
"Saí daqui completamente diferente de como eu entrei. Saí um melhor pai, melhor filho. Minha mãe falava que eu não tinha tempo para ela. Então, nesse período todo, à tarde, a gente tomou café juntos. Vou sair um médico melhor para os pacientes. Posso cobrar deles um pós-operatório melhor porque eu passei pelo pós-operatório. Minha ideia é mostrar para as pessoas o que pode acontecer na sua vida. Que se você não tentar tirar sempre o lado bom do que estava acontecendo, se você olhar pelo ângulo positivo, aquilo dali vai te fazer ser uma pessoa melhor, você via tirar muito proveito daquele momento", finalizou.