Michel Telles
Especialista explica como chegar aos 100 anos com qualidade de vida
O médico britânico Tim Lebens destacou ingredientes importantes a serem colocados em ação para completar e ultrapassar os 100 anos de idade. Em entrevista à revista Tatler, o profissional contou que o grupo pertencente ao Blue Zones (Zonas Azuis, em tradução do inglês) costuma “flexionar os músculos” sociais, mentais e físicos diariamente. Para chegar à conclusão, Lebens avaliou pontos em comum de moradores de Okinawa, no Japão; Icaria, na Grécia; Sardenha, na Itália; Nicoya, na Costa Rica; e Loma Linda, nos Estados Unidos. Famosas pela longevidade dos habitantes, as cidades receberam o título de Blue Zones. Nesses locais, pequenas comunidades de pessoas superaram a expectativa média de vida.
O médico analisou o estilo de vida dos longevos das Zonas Azuis e percebeu que os ensinamentos deles vão além de hábitos saudáveis, como uma dieta rica em verduras, frutas e legumes. Dotados de experiências, os moradores com mais de 80 anos das cidades descritas são verdadeiras inspirações e referências nos quesitos viver bem e tornar-se alguém melhor (e grato) ao mundo.
O especialista, conhecido como o médico da família em Londres, listou 8 ações para conquistar uma vida longa e saudável.
1 – De acordo com o especialista, o homem é um ser social e, às vezes, a importância do sentimento de intimidade pode ser negligenciada. A realidade descrita não ocorre nessas comunidades, em que há estreitas relações intergeracionais, atualmente deixadas de lado por conta da rotina acelerada. “Devemos nutrir nosso relacionamento com os outros e reservar um tempo para gastá-lo com crianças pequenas e nossa geração mais idosa”, reforçou o médico. 2 – Espiritualidade ou fé são, aparentemente, pontos pertinentes das comunidades da Zona Azul. Aos agnósticos, uma alternativa para encontrar um propósito na vida pode ser o trabalho, caridade ou descoberta de um interesse pessoal pelo qual se apaixonou ou o fez ingressar em um grupo. “Trata-se realmente de ancoragem mental, disciplina e apoio social”, explicou Lebens sobre o elo em comum entre os longevos.
3 – Cerque-se de pessoas saudáveis, pois será contagiado com eles. Tenha pelo menos três amigos íntimos com uma influência positiva sobre você e com bons hábitos de vida. Segundo o especialista, estudos comprovaram que ter laços sociais fortes podem proporcionar mudanças positivas no coração, cérebro e imunidade, ajudando a evitar doenças crônicas.
4 – Pode não parecer, mas a expressão “ver o copo meio cheio em vez de meio vazio” tem muito a ensinar e colaborar com o bom funcionamento do organismo, por gerar positividade. Para avaliar os acontecimentos da vida com otimismo, vale começar por meio de várias técnicas que, com o tempo, ativam o cérebro automaticamente (conhecido como neuroplasticidade).
Como estímulo, Lebens indica fazer um exercício simples diariamente: “Todas as manhãs e noites, pense em três razões pelas quais você é grato. Podem ser pequenos ou grandes motivos, como um sorriso trocado com um amigo ou alguma pessoa importante de sua vida”. 5 – Ikigai é uma palavra japonesa que significa “razão de viver”. Os membros da comunidade Okinawa possuem um ikigai e concentram os esforços diários nele. Uma idosa vê o bisneto como uma força motriz, capaz de incentivá-la a acordar todas as manhãs para ver o crescimento do descendente. 6 – Tenha um animal de estimação. O pet é uma ótima companhia e desperta o surgimento do amor incondicional. Mas não só isso. O bichano torna o dono uma pessoa mais ativa. Segundo estudos, ter um cão diminui a probabilidade em 50% do proprietário ser obeso, por incentivar a fazer caminhadas diárias e, consequentemente, adotar uma rotina saudável. 7 – Em alguns países, a jardinagem passou a ser prescrita como uma terapêutica em casos de ansiedade e depressão. Colocar as mãos na terra é um dos hobbies dos longevos. A prática traz benefícios à saúde física e mental, além de ser uma atividade física de baixo impacto. Dados de uma pesquisa australiana comprovaram que homens e mulheres com 60 anos reduzem em 36% o risco de demência se forem jardineiros nas horas vagas. 8 – Fazer o bem sem olhar a quem. A pessoa contemplada tende a ficar contente com a ajuda recebida. Os benefícios se estendem também a quem colabora com os necessitados. Segundo o médico, os voluntários de ações sociais diminuem os riscos de apresentar doenças cardíacas e a pesar menos. A filantropia aumenta os níveis de satisfação com a vida e, indiretamente, reduz os índices de estresse.
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