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Médicos e população questionam eficácia de governo e prefeitura ante a pandemia

"Faz esse lockdown ai que ninguém nem sabe o que é, mas não vem aqui consertar o esgoto", afirma faxineira da Liberdade

Por Da Redação
Médicos e população questionam eficácia de governo e prefeitura ante a pandemia
Foto: Gilberto Júnior/ Farol da Bahia

A pandemia do coronavírus já está perto de completar seis meses de anunciada, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro decretou emergência de saúde no dia 6 de fevereiro, e, ao que parece, governos e prefeituras continuam desajustados diante do que é possível fazer para minorar os danos à sociedade tanto na área da saúde quanto na área econômica.

Depois que o STF decidiu que o governo federal só deveria enviar dinheiro e não poderia interferir nas decisões de governadores e prefeitos, altos e baixos nos números dos contaminados pelo coronavírus, fazem médicos e população se sentirem sem saber em quem confiar. O Dr. Cássio Vieira, do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que algo nas estruturas organizacionais não está funcionando bem.

"Tenho estudado números de aumento de casos em todo o Brasil e percebo que algumas medidas, dependendo da situação populacional, só piora a possibilidade de contaminação. Um exemplo são os bairros pobres: é hipocrisia dos prefeitos e governadores afirmarem que estão "cuidando" da sociedade fazendo lockdown em comunidades ou bairros periféricos onde as pessoas não tem a menor condição de ficar em casa por pura e simples falta de espaço. Fechar bairros "oficialmente" e não dar as estas pessoas condições de ter o mínimo conforto ou possibilidade de distanciamento social,  é saber que no final da tarde todos estarão aglomerados na rua tentando não morrer sufocados dentro de casa. É o tipo de atitude que não resolve e faz com que a população se revolte, uma vez de que a percepção de que os políticos estão longe da realidade da maioria é gritante."

Eli Silva, faxineira e moradora da Liberdade, concorda com o médico que vive a quilômetros de distância mas que, segundo ela, conseguiu entender o que acontece nas comunidades melhor do que os políticos que estão perto.

"Faz esse lockdown ai que ninguém nem sabe o que é, mas não vem aqui consertar o esgoto. Olha ai a rua toda suja, que nem asfalto tem direito. Na minha casa somos em sete e eu só tenho um quarto, a sala e a cozinha. O banheiro tá ruim e tem que colocar água com o balde. Quero que o prefeito e o governador que até diz que é daqui venha dar um pulo aqui pra ele ver que a minha casa é um pouco diferente da dele e desse povo que nunca pisa por aqui e fica falando pra ficar em casa. Ficar em casa com o banheiro entupido e dormindo sete em um quarto de 8 metros e uma sala? Fico não. Se quiser me levar pra casa deles, lá eu fico sim. O povo da rua aqui tá em igual situação, se um pegar corona todo mundo vai pegar não porque quer, mas porque não tem espaço para me separar da casa da minha vizinha e por ai vai com o bairro todo. Ficar em casa é para quem pode e não para quem quer.  Tá quente feito a zorra, estou sem serviço porque o povo parou de pagar faxina com medo de pegar doença da gente. Faço o que pelo amor de Deus?", termina a faxineira.

 

Crédito: Gilberto Júnior | Farol da Bahia

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