"Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida", diz mãe de homem morto após furtar carne em mercado de Salvador
Familiares de Bruno e Yan dizem que os dois foram entregues para traficantes após serem flagrados

Foto: Diego Barreto/G1
A dona de casa Dionésia Pereira Barros não consegue esconder a revolta com a morte do filho, Bruno Barros, de 29 anos, e do neto Yan Barros, de 19 anos, que foram assassinados na última segunda-feira (29) após serem torturados por traficantes depois de terem sido flagrados furtando quarto pacotes de carne de um supermercado de Salvador (BA).
“Matar meu filho, o que foi que meu filho fez? Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida, ele não morava comigo, não. As meninas estão aí de testemunha. 'Tia, estou com fome'. 'Vai pedir a sua mãe'. Porque ele não era de comer assim, sabe?", contou a dona de casa.
A família de Bruno e Yan conta que os dois foram entregues por seguranças do supermercado Atakarejo para traficantes após serem flagrados roubando quatro pacotes de carne. Os familiares relatam ainda que um deles enviou áudios pedindo dinheiro para pagar carnes que eles teriam furtado de um supermercado.
Com o dinheiro, ele pagaria os quatro pacotes de carne de charque que, juntos, custavam R$ 755,60. No supermercado Atakarejo, onde ocorreu o caso, cada pacote com 5 kg custa R$ 188,90. Elaine Costa Silva, mãe de Yan Barros, conta que o filho e Bruno foram agredidos no supermercado.
"Chegaram a ser agredidos pelos seguranças, tomaram um monte de bicuda (chute), depois ele (Yan) fez uma ligação pelo WhatsApp, o meu filho chorava muito, chorava muito, disse que ele estava tomando muita porrada pelos seguranças", revelou.