'Minha candidatura não é resultado de conchavos políticos', diz João Roma
Em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, Roma fala de sua carreira e eleições

Foto: Divulgação
Deputado federal João Roma (PL-BA), de 48 anos, é formado em Direito, nascido em Recife (PE), casado e pai de dois filhos. Nos anos 1990 e 2000, Roma passou por cargos de confiança nos governos de Pernambuco, Ministério da Administração, Ministério da Cultura e Agência Nacional de Petróleo (ANP). Antigo aliado de ACM Neto, de quem foi chefe de gabinete por cinco anos, Roma rompeu com o padrinho político ao aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Cidadania. Dois anos depois, disputa o governo da Bahia contra ACM.
Em entrevista ao Farol da Bahia ele prometeu, que, se eleito, vai retomar o protagonismo nacional da Bahia, reduzir o índice de violência e retirar do estado o legado de pior ensino público do Brasil.
Quais os principais desafios da Bahia e quais deles vão ser prioridade?
A Bahia tem o desafio de retomar o seu protagonismo nacional, mas para chegar lá precisamos elevar seus indicadores sociais e econômicos. Não podemos mais ostentar a vergonhosa posição de ter o pior ensino público do Brasil, sermos o estado com o maior número de homicídios do país, o que significa dizer que 75 mil baianos foram vítimas de mortes violentas nos últimos 16 anos.
Estamos entre as menores rendas per capita. Nossa economia não acompanhou o ritmo de crescimento de outros estados. Já fomos superados por Santa Catarina, cujo PIB atualmente é maior que o nosso. Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Ceará nos ameaçam.
A Bahia tem tudo para dar certo. O que não combina com o destino deste estado grandioso, de um povo de grande valor, é estar no Século XXI amarrado a práticas políticas do Século XIX.
O que faria diferente da atual gestão?
Para começar, a mudança completa de postura. O governo atual não assume suas responsabilidades. Está sempre a transferi-las. Atualmente eles acusam o presidente Bolsonaro por todos os problemas que não tiveram coragem e determinação de resolver.
Até a segurança pública, uma obrigação constitucional do estado, eles querem culpar o presidente. Subestimam a inteligência do povo baiano quando tentam desviar a responsabilidade, dizendo que o aumento da criminalidade é decorrente do posicionamento do presidente de defender a diminuição da burocracia para o acesso dos cidadãos às armas. Desde quando bandido compra armas em loja com registro e tudo. Esquecem convenientemente que o mesmo presidente destinou mais de R$ 100 milhões à segurança pública na Bahia para a capacitação de policiais e compra de equipamentos, mas o governo do PT não executou nem 20% deste montante nos últimos três anos.
Partindo da premissa de mudança de postura é preciso fazer tudo diferente da atual gestão, que não poupou mesmo foi investimento em publicidade. Mas basta! O povo baiano não suporta mais viver na propaganda do PT. Quer uma mudança de verdade. A Bahia de mãos dadas com o Brasil, porque dói no coração vê o país avançando e a Bahia remando para os lados.
Quais os principais projetos para segurança pública, educação e geração de emprego?
Estamos em fase de desenvolvimento de nossas propostas que constarão no nosso Plano de Governo. Mas, em linhas gerais, para a segurança pública, pretendemos adotar uma nova postura. Vamos enfrentar esse grave problema, causado pela ineficaz para não dizer inexistente política de segurança pública do governo petista, com coragem e determinação, dando total respaldo aos servidores no combate ao crime. Pretendemos promover a integração entre as forças policiais federais, estaduais e municipais, aliado a isso realizar investimento em tecnologia e inteligência.
Na educação, não pouparemos esforços para tirar a Bahia da vergonhosa posição de pior ensino do país, com investimento em aprendizagem e o uso de novas tecnologias associado ao investimento na capacitação e valorização dos professores. Ao contrário do atual governo que vive anunciando a construção de escolas, entendemos que o conhecimento necessário ao desenvolvimento educacional não é transmitido por paredes de escolas, mas por professores capacitados, metodologia e didática apropriadas aos novos tempos digitais.
O estado não gera emprego. Quem gera emprego é o setor produtivo, a iniciativa privada, que não pode carregar nas costas uma administração pública perdulária que não faz uma gestão eficiente dos recursos públicos e compensa a má qualidade de seus gastos com o aumento da carga tributária. Vamos desonerar o setor produtivo para atrair investimentos privados e gerar emprego e renda.
O que gostaria de deixar como marca se ocupar a cadeira de governador?
Assim como tive a graça de Deus de realizar em um ano o trabalho de 10 à frente do Ministério da Cidadania, idealizando e liderando a criação do Auxílio Brasil e, assim, ajudar na sobrevivência de mais 18 milhões de famílias brasileiras, desse total dois milhões de famílias baianas, quero em quatro anos, governando a Bahia, fazer o que não foi feito nos últimos 40 anos, e inaugurar um novo tempo na vida deste povo que me acolheu com tanto amor e carinho nesta terra que adotei como minha e onde constituí minha família e nasceram meus filhos.
Por que você merece ser eleito?
Sou um apaixonado pela Bahia, pelo seu povo, sua cultura. Só tenho a agradecer a generosidade dos baianos comigo. Agora, um projeto dessa envergadura jamais poderia ser fruto de um desejo pessoal. Tenho consciência de que hoje represento o desejo de muita gente que quer ver uma Bahia de novo protagonista e conectada com o resto do Brasil.
Os nossos desafios são enormes. Precisamos crescer com mais força. Somos um estado rico que não pode escolher permanecer tão desigual. A pandemia escancarou ainda mais nossas desigualdades. Precisamos agora focar no desenvolvimento econômico e na inclusão social.
Para isso, temos de administrar bem, fazer as escolhas corretas, cuidar das contas públicas para termos condições de cuidar das pessoas. É a soma de responsabilidade fiscal com responsabilidade social. São essas duas coisas juntas e harmonizadas, com equilíbrio, bom senso e sabedoria que irá ajudar a construir a Bahia que queremos.
Quero ser governador da Bahia para devolver às baianas e baianos a Terra da Felicidade, cantada em verso e prosa, onde a escalada da violência será combatida por uma política de segurança pública eficaz, o cidadão terá um atendimento digno para sua saúde e a juventude um ensino de qualidade que lhe capacite para as oportunidades que surgirão com o desenvolvimento social e econômico de nosso estado com toda a dedicação e trabalho que serão empreendidos pelo novo governo.
O que te faz diferente dos outros candidatos?
A minha diferença dos outros candidatos se evidencia na origem de minha candidatura, que não é resultado de conchavos e toma lá dá cá, práticas políticas que se repetem desde sempre na Bahia e não podem resultar em mudanças de verdade. Porque, como disse o cientista Albert Einstein, “ninguém consegue mudar nada se continuar fazendo tudo do mesmo jeito”.
A minha candidatura é para dar uma opção aos baianos que não se veem representados por nenhum dos outros projetos. E hoje essa é a maioria da população. Agora, obviamente, não vou me omitir nem ficar em cima do muro de forma conveniente na disputa presidencial como tem feito um candidato. O eleitor baiano é muito sábio. Exige que se tenha um lado na disputa nacional. Não escondo de ninguém que meu candidato é o presidente Bolsonaro.


