Ministério da Previdência solicita auditoria em consignados para aposentados do INSS
Pente-fino deve ser feito para apontar "vulnerabilidades" nesse tipo de operação

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Ministério da Previdência encomendou ao INSS um pente-fino na concessão de empréstimos consignados que foram ofertados a aposentados por instituições financeiras. O instituto é responsável pela habilitação dos bancos que prestam o serviço, pela definição da margem consignável, além da cobrança das parcelas.
A solicitação é para que a autarquia realize uma análise "minuciosa" da modalidade de crédito, "apontando vulnerabilidades" nesse tipo de operação.
Conforme apurações da coluna de Andreza Matais, do Metrópoles, a determinação veio do ministro Wolney Queiroz. Da mesma forma que o caso dos descontos indevidos a aposentados, há ainda suspeitas de que a mesma situação possa ter acontecido com os consignados.
No caso dos consignados, os empréstimos envolvem instituições financeiras consolidadas e fiscalizadas pelo Banco Central, o que torna o tema mais sensível, enquanto em relação aos sindicatos que desviaram dinheiro de aposentados, a maioria sequer existia, conforme apuração do próprio Metrópoles.
A avaliação do Governo é que, se não ocorreu fraude, não terá o alcance de que envolveu os sindicatos. Outra suspeita que existe é que pode ter acontecido venda casada (descontos associativos junto com os consignados).
O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2023 já havia alertado para a magnitude do problema. Dos R$ 91 bilhões que foram descontados de aposentados naquele ano, R$ 89,4 bilhões eram oriundos de empréstimos consignados, e R$ 1,5 bilhão, a descontos associativos.