Ministério da Saúde cria canal de suporte psicológico para profissionais de saúde que estão na linha de frente da covid-19

O projeto será realizado em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre

[Ministério da Saúde cria canal de suporte psicológico para profissionais de saúde que estão na linha de frente da covid-19]

FOTO: Reprodução

O Ministério da Saúde vai fornecer, a partir de maio, um serviço de atendimento psicológico para os profissionais que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus. Até setembro, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS) oferecerá teleconsulta por meio do projeto “TelePsico COVID-19”.

Será investido pelo Ministério da Saúde, R$ 2,3 milhões no projeto. A coordenação será do médico e doutor em psiquiatria Giovanni Abrahão Salum, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O projeto será realizado em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre e contará com uma central de teleconsulta formada por cerca de 30 profissionais da Psicologia e Psiquiatria selecionados por edital. 

“Esperamos que os profissionais obtenham alívio para o seu sofrimento utilizando o que já se sabe de intervenções que funcionam e que tem base científica. O projeto testará também que tipo de técnica pode ser mais adequada para essas situações de crise”, disse o coordenador.

A elaboração do projeto contou com um dos maiores especialistas mundiais na área de psicoterapia, Dr. Pim Cuijpers, que atua na Holanda.

“Lançamos um dos maiores canais de teleconsulta para Covid-19 do mundo com o TeleSUS. Agora, esta nova parceria oferecerá teleconsulta de psicologia e psiquiatria aos que estão na linha de frente, garantindo a saúde da população brasileira durante a epidemia”, afirmou Erno Harzheim, secretário de Atenção Primária do ministério.

O serviço foi idealizado devido a necessidade de apoio a esses profissionais que, pelo trabalho intenso, com riscos de contaminação elevados e enfrentando condições adversas, podem ter sintomas como ansiedade, depressão, irritabilidade, transtorno de estresse agudo e burnout, entre outros.

Nos próximos dias, serão divulgados os canais telefônicos para a realização do serviço. No primeiro contato, a pessoa escolherá um horário para o atendimento com o terapeuta.

A partir daí, será enviado, então, um link via WhatsApp para o profissional de saúde responder uma escala de avaliação e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Com o resultado da avaliação, o terapeuta selecionará a melhor abordagem e tratamento para o profissional de saúde naquele momento.

Depois disso, os profissionais serão atendidos por videochamada, utilizando estratégias de intervenção em situação de crise, por meio de psicoeducação, psicoterapia cognitivo-comportamental e psicoterapias interpessoais. Após a avaliação de potencial de risco, se for necessário, os profissionais serão encaminhados para atendimento presencial e intervenção farmacológica.

Ainda segundo Salum, especialistas de universidades brasileiras já estão desenvolvendo manuais para que o modelo de atendimento terapêutico desenhado no projeto possa ser aplicado por outros profissionais do país.
 


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