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Ministério Pública da Bahia registra recorde de operações contra o crime organizado em 2025

Foram realizadas 96 operações, resultando no bloqueio de mais de R$ 500 milhões em bens e no cumprimento de centenas de mandados

Por Da Redação
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Ministério Pública da Bahia registra recorde de operações contra o crime organizado em 2025

Foto: Reprodução/MP-BA

O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) deflagrou, ao longo de 2025, 96 operações voltadas ao combate a organizações criminosas e esquemas ilícitos, com foco em crimes como tráfico de drogas e de armas, corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O número representa o maior já registrado pelo órgão e consolida uma tendência de crescimento contínuo das ações nos últimos anos.

Em comparação com 2021, quando foram realizadas 30 operações, a atuação contra o crime organizado mais que triplicou. Apenas em 2025, foram contabilizadas 92 operações direcionadas especificamente a organizações criminosas, reflexo do aumento da complexidade das investigações, que passaram a mapear com maior profundidade redes de relacionamento e fluxos financeiros dos investigados.

Como resultado das ações, a Justiça, a pedido do MPBA, determinou o bloqueio de mais de meio bilhão de reais em bens e valores. As medidas incluem a indisponibilidade de veículos, embarcações, aeronaves, imóveis, semoventes e outros ativos, que poderão ser avaliados e destinados a leilão público, com o objetivo de enfraquecer financeiramente as facções criminosas.

Já no enfrentamento à sonegação fiscal, o MPBA participou da deflagração de quatro operações contra esquemas fraudulentos. Em articulação com o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), a atuação contribuiu para a recuperação de R$ 145,2 milhões aos cofres do Estado da Bahia, além de ações preventivas voltadas à redução de perdas fiscais.

Os resultados foram alcançados por meio da atuação dos Grupos de Atuação Especial do Ministério Público, como o Gaeco (Combate às Organizações Criminosas), o Gaesf (Combate à Sonegação Fiscal), o Geosp (Atuação Especial Operacional de Segurança Pública) e o Gaep (Execução Penal). As investigações são conduzidas de forma integrada com forças de segurança e órgãos estaduais e federais, incluindo cooperação com Ministérios Públicos de outros estados.

A intensificação das ações teve início em 2023, com 45 operações, e avançou em 2024, quando foram realizadas 75. Em 2025, o MPBA encerrou o ano com o maior volume da série histórica. O crescimento também se refletiu no número de mandados judiciais cumpridos: em 2022, foram 117 mandados de busca e apreensão, enquanto em 2025 esse total chegou a 252, além de mais de cem mandados de prisão.

As operações abrangeram diferentes modalidades criminosas, como crimes patrimoniais, lavagem de dinheiro, atuação de facções e corrupção envolvendo agentes públicos, com média superior a sete ações por mês. O período também foi marcado pela ampliação da atuação regional, especialmente com o fortalecimento dos Gaecos Norte e Sul, e pelo uso intensivo de ferramentas de inteligência, como interceptações telefônicas e análise de dados digitais.

Milícias e sistema prisional

Outra frente de atuação do MPBA envolve o combate a grupos armados que operam paralelamente ao Estado, inclusive milícias formadas por agentes ou ex-agentes de segurança. Nessas ações, o Ministério Público atua de forma integrada com o Gaeco e o Geosp, em parceria com a Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral da Secretaria da Segurança Pública (Force/SSP).

No sistema prisional, o Gaep participou de operações conjuntas com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização Social (Seap), voltadas à repressão de crimes e ao enfrentamento de estruturas criminosas que atuam dentro das unidades penais.

Operações de destaque

Entre as ações de maior repercussão em 2025 está a continuidade da operação El Patrón, que resultou na finalização da instrução de ação penal iniciada em 2023 para desarticular uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, extorsão e exploração do jogo do bicho em Feira de Santana e região. A investigação levou à deflagração da operação Estado Anômico e à prisão preventiva do deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, em outubro deste ano, com validação posterior da prisão pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Outro destaque foi a segunda fase da operação Premium Mandatum, deflagrada em 27 de março pelo Gaeco Norte, que resultou na prisão temporária de quatro suspeitos apontados como integrantes de uma facção criminosa de atuação nacional. No âmbito da operação, a Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 44 milhões em bens dos investigados.

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