Ministério Público do Trabalho realiza primeira mediação entre sindicatos e Americanas
Empresa se comprometeu a não realizar nenhuma grande demissão até plano de recuperação judicial ser aprovado

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O subprocurador-geral do Trabalho Francisco Gérson de Lima e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, mediaram a primeira audiência entre Americanas e sindicatos, na tentativa da melhor resolução dos impactos trabalhistas decorrentes das inconsistências contábeis que ultrapassam o montante de R$ 40 bilhões na empresa.
O ministro do Trabalho e Emprego ressaltou a importância de se garantir informação fidedigna e transparente, por parte da empresa, para minimizar os efeitos negativos e entender se estes são restritos à empresa.
Pelos sindicatos, foi solicitado que eventual plano de reestruturação trabalhista seja apresentado às entidades previamente, além de reforçar o pedido para que eventuais demissões sejam sempre homologadas pelos sindicatos. Outra audiência está marcada para esta sexta-feira (10).
Mediação
No início deste mês, o MPT instaurou procedimento de mediação, na expectativa de criar um ambiente democrático de debate e de propostas, visando resolver o conflito da melhor forma possível. Em razão da notícia de que haveria procedimento semelhante no Ministério do Trabalho e Emprego, o órgão do Poder Executivo foi convidado a estabelecer um ambiente único, o que foi aceito de imediato.
Os sindicatos buscaram o MPT após estimarem que até 40 mil trabalhadores podem ser demitidos. Segundo as entidades sindicais, é necessário saber quantos contratos já foram rescindidos e quantos ainda serão. Eles também solicitaram a mediação para garantir a fiscalização do pagamento das verbas rescisórias e uma negociação direta com a direção da empresa.
Para o subprocurador-geral do Trabalho, Francisco Gérson de Lima, "o MPT observou ser possível que tais fatos se caracterizem como dispensa em massa, portanto, é necessário haver tratativas com o sindicato", disse.