Ministro da Economia da Argentina negocia com o FMI
Sergio Massa busca fundos para evitar aumento da crise cambial

Foto: Reprodução / Pixabay
O ministro da Economia e candidato à presidência da Argentina, Sergio Massa, realizou uma série de reuniões virtuais nas últimas semanas com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) em uma tentativa de obter recursos para o país e evitar uma crise cambial iminente. Massa afirmou que o resultado das discussões será divulgado publicamente em breve.
Nos últimos dias, a Argentina enviou uma carta assinada por seis países da região ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, solicitando ajuda nas negociações com o FMI.
As negociações envolvem a flexibilização do acordo assinado no ano passado, uma vez que o país sul-americano enfrenta dificuldades em cumprir as metas estabelecidas devido ao impacto econômico da guerra na Ucrânia e a uma seca histórica que afetou suas exportações.
Regiane Bressan, professora de relações internacionais da ESPM, destaca a importância de um aporte do FMI neste momento, pois a Argentina enfrenta escassez de recursos para a manutenção do país e das contas governamentais. No entanto, ela ressalta que alguns críticos veem essa abordagem como um aumento do endividamento, já que a dívida só tende a crescer. Além disso, as dificuldades enfrentadas pela Argentina em cumprir as metas estabelecidas pelo próprio FMI dificultam o acesso a crédito.
Bressan sugere que os Estados Unidos podem incentivar o FMI a ajudar o presidente argentino Alberto Fernández como uma forma de contornar ou evitar uma possível ascensão da direita no país. No entanto, ela pondera que não sabe se isso será possível, mas que os Estados Unidos podem tentar apoiar um partido de centro-direita ou direita nas próximas eleições, desde que não seja um partido extremista.
As negociações entre a Argentina e o FMI continuam em meio a uma grave crise de seca. Mesmo com o país não cumprindo muitas das metas estabelecidas em um programa de crédito de US$ 44 bilhões acordado com o FMI no ano passado, a pressão para aumentar a injeção de dinheiro do fundo persiste. A Argentina enfrenta desafios econômicos cada vez maiores, com a inflação atingindo um novo recorde e uma seca histórica prejudicando a produção agrícola e as contas públicas do país.


