Mistura de ritmos marca retorno do Projeto Asé Orin

Evento tem objetivo de dar visibilidade a artistas periféricos

[Mistura de ritmos marca retorno do Projeto Asé Orin]

FOTO: Divulgação

 

O projeto Asé Orin retomou a programação na última quinta-feira (13), após uma breve pausa. Com apresentações de rap, reggae, poesia e ritmos afro-diaspóricos, a ‘Aquahertz: Mostra AfroIndígena de Música Soteropolitana’ conta com 19 shows que terão transmissão online, sempre às 19h, pelo perfil do Asè Orin - Rede AfroIndígena de Música Soteropolitana. O projeto é idealizado pela Aldeia Coletivo, grupo que coabita a Casa Preta, espaço cultural que recepciona as apresentações com diferentes potências musicais.

A coordenadora de produção do evento, Mariana Damásio, disse, em entrevista ao Farol da Bahia, que o objetivo do projeto é juntar artistas aquilombados e aldeados em  em espaços de resistência, tradicionais e culturais, para provocar um processo de descentralização da cultura. Segundo ela, o projeto busca “evidenciar os espaços alternativos, movimentando a economia criativa de artistas periféricos e aldeados''.

“O projeto também dá oportunidade de lugar de fala e expressão, ao impulsionar a imagem de artistas locais como referenciais simbólicos para a juventude e o público em geral'', disse. “Através da música e da poesia identitária, buscamos direcionar o olhar do mercado musical para estas falas, versos embebidos de grande relevância cultural e político-social, que ecoam das comunidades urbanas e tradicionais, lugar que é berço de nossa cultura musical vindos das aldeias e de bairros como a Liberdade, Cabula, Pirajá, Centro Histórico, Cajazeiras, São Caetano, Ribeira e Subúrbio”, completou.

Ainda de acordo com Mariana Damásio, os artistas que fazem parte do projeto foram escolhidos com cautela. Após uma curadoria, a produção priorizou, principalmente, artistas periféricos ou  integrados a movimentos ancestrais que, apesar do talento e histórico expressivo, ainda não têm muita visibilidade. “Vandal de Verdade, Áurea Semiséria, Opanijé e Cacique Idyarrury foram alguns dos  convidados de honra do projeto”, disse.

O projeto, que começou em 2019, teve que se adaptar ao formato digital devido a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Contudo, os idealizadores não escondem o desejo de voltar com o evento presencial assim que for possível. “Lutamos para manter esta iniciativa viva e fortalecê-la cada vez mais. Então assim que for possível faremos eventos presenciais sim, já que o maior objetivo desta rede é colocar o artista em contato direto com o público, mas por enquanto continuem tomando todos os cuidados e nos sigam nas redes sociais”, disse Mariana Damásio.

Asè Orin foi contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Programação completa

Quinta (13) - Tauamim Kuango, Ramón Velásquez, Amanda Rosa (ASSISTA)

Sexta (14) - Nsabas, Guaja, Opanijé (ASSISTA)

Sábado (15) - Akueran, Bonsuet, Áurea Semiséria

20/05 - Danzi & Jahfreeka Soul, Cazu Duo, Viviane Pitaya

21/05 - Barbárie Bundi, Madamma, Xauim

22/05 - Ofá, Mayale Pitanga, Marcola Bituca e Edivan Fulni-ô

Serviço - Asè Orin - Rede AfroIndígena de Música Soteropolitana | 13 a 22 de maio, sempre às 19h |
 


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