Moléculas complexas de carbono são detectadas pela primeira vez no espaço
Conjuntos de átomos consistem em vários anéis hexagonais de carbono ligados com átomos de hidrogênio

Foto: Reprodução/ Green Bank
Moléculas complexas baseadas em carbono, que teoricamente poderiam explicar como a vida teve início, foram detectadas no espaço pela primeira vez. Chamadas de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), esses conjuntos de átomos consistem em vários anéis hexagonais de carbono ligados com átomos de hidrogênio nas bordas.
O estudo foi publicado na revista Science na última sexta-feira (19), e a “identificação desses HAPs é um grande passo na astroquímica”, afirmou Kin Long Kelvin Lee, um dos autores. Segundo ele, a descoberta de que as moléculas se formam em temperaturas muito mais baixas que o esperado deverá conduzir os cientistas a rever suas teorias sobre quais elementos químicos presentes nesse processo.
Até então, ninguém havia sido capaz de enxergar as moléculas no espaço, o que sempre foi apontado por astrônomos da década de 1980. Agora, com a utilização do telescópio Green Bank, nos Estados Unidos, foi capaz de identificar dois HAPs distintos na região espacial Nuvem Molecular Taurus (TMC-1).
A suspeita é de que as HAPs sejam formadas por duas ações: ou a partir das cinzas de estrelas mortas ou por reações químicas diretas no espaço interestelar.
Uma equipe liderada pelo cientista Brett McGuire trabalhou então com uma análise de empilhamento e filtro combinados e acabou descobrindo muito mais do que esperava. O próprio Mc Guire definiu o resultado como "uma loucura": foram encontrados na nuvem entre 100 mil e um milhão de vezes mais HAPs do que os modelos teóricos previam.
A conclusão, portanto, é que ainda não há uma conclusão definitiva. “Estamos trabalhando em um território desconhecido aqui”, diz McGuire, “o que é empolgante”.