Moraes tranca investigação contra delegado responsável por inquérito contra Bolsonaro
Felipe Leal foi afastado da condução do inquérito

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta quinta-feira (18) o trancamento da investigação contra o delegado da Polícia Federal, Felipe Leal, que era responsável pelo inquérito que apurava uma suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de interferência na corporação.
Felipe Leal conduzia a investigação desde julho, por ordens de Moraes. No entanto, Moraes afirma que o delegado teria feito diligências que investigariam atos do atual diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, e que não se encaixam no escopo inicial da investigação.
O delegado solicitou cópia de processos administrativos referentes à gestão de Maiurino, como sobre a exoneração do delegado Alexandre Saraiva do comando da Superintendência da PF do Amazonas, após ter apresentado uma notícia-crime contra Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente na ocasião.
Além disso, Leal também teria pedido informações referentes às investigações abertas na Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a produção de relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a fim de orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
No entanto, na decisão que determina o trancamento, Moraes entende que não há "justa causa" para a instauração de uma investigação contra o delegado, como a que tramitava na Procuradoria da República no Distrito Federal. Assim, o ministro determinou a suspensão da apuração "tanto em relação a eventual ato de improbidade administrativa, quanto em relação a crime de abuso de autoridade"