Morre a fundadora da extinta Boate Regine's, sucesso nos anos 1970 e 1980!

A empresária belga chegou a ter boates, que tinham o seu nome, Regine's, no Rio, em São Paulo e Salvador

Por Michel Telles
Ás

Morre a fundadora da extinta Boate Regine's, sucesso nos anos 1970 e 1980!

Foto: Arquivo

Régine Choukroun morreu aos neste domingo, aos 92 anos. "Régine nos deixou em paz no dia 1º de maio às 11h”, anunciou sua neta Daphné Rotcajg à Agência AFP. Nas décadas de 1970 e 1980, Régine marcou época com seus clubes noturnos. Em solo brasileiro, chegou a ter três boates, que levavam seu nome, Regine's, no Rio, em São Paulo e Salvador. O local era point das celebridades e da alta sociedade da época que dançavam os hits das discotecas, estouradas em todo o planeta. Seu nome de batismo era Regina Zylberberg (Choukroun era do marido, Roger). Filha de pais judeus poloneses, nasceu na Bélgica. Aos 3 anos, a família se estabeleceu em Paris e, após a Segunda Guerra Mundial, o pai abriu um café. Em 1956, Régine abriu sua primeira boate, Chez Régine, em Paris, e o sucesso foi imediato. “Criar um clube é como criar um verdadeiro bebê. É preciso conceber, alimentar, vigiar e manter em boa temperatura”, disse ela em sua biografia "Régine, Me Chame pelo Meu Nome". Em suas boates, recebia nomes como Sophia Loren, Alain Delon, Marlon Brando, Brigitte Bardot e Aristóteles Onassis, entre muitos outros.                                                    

Em janeiro de 1981, a revista Playboy com Denise Dumont na capa trazia a chamada “Ricardo Amaral x Régine, o Duelo dos Reis da Noite”, se referindo aos donos das boates mais importantes da época, Régine’s e Hippopotamus. A guerra borbulhante estava declarada. Em sua biografia Vaudeville: Memórias, Ricardo Amaral cita a concorrente mais de 15 vezes, algumas delas chamando-a de Tia Régine. Existe ainda uma reportagem na qual ele teria comparado a rede da belga, que chegou a ter 18 unidades ao redor do mundo, inclusive em Nova York, ao McDonald’s. A guerra entre os dois era fato e até saiu do território brasileiro, pois Amaral já conquistava Paris em ritmo de batucada com o Le 78, na Champs-Élysées.

Segundo o jornalista Geraldo Mayrink, os Matarazzo, os Scarpa, os Lacerda Soares, os Monteiro de Carvalho, os Gouthier, os Mendes Caldeira sempre estavam em um ou outro. “O Jorginho Guinle era o único que conseguia estar em ambos ao mesmo tempo”, escreveu ele certa vez.

O Régine’s paulista foi inaugurado em março de 1981 e o sócio era o empresário boa-pinta Naji Nahas. O investimento foi de US$ 3 milhões. Na festança de abertura da casa, um batalhão de famosos internacionais: Alain Delon, Mireille Darc, Ugo Tognazzi e Omar Sharif, amigo pessoal de Régine e Nahas. A boate era situada na avenida Faria Lima, mas desde o início passou por uma série de problemas, inclusive de zoneamento. Foi lá que a primeira-dama Dulce Figueiredo rodopiou nas pistas nos braços de Omar Sharif e as fotos pipocaram por toda a imprensa. Muita gente ia ao Régine’s, mas ele não vingou na noite paulistana como na carioca. “Não me lembro de ter ido ao Régine’s em SP e o clube estar lotado. O Gallery, da mesma época, era imbatível”, diz a advogada Maria Virginia Frizzo, que ia com a amiga Maria Leopoldina Splendore, filha de Maria Stella, ex-mulher do costureiro Dener. Maria Leopoldina ia vestida com criações do pai e pedia leite para tomar.                                                                            Régine gostava de trabalhar na noite, e se considerava notívaga, e nunca viajava de férias, apenas a trabalho. “Criar um clube é como criar um verdadeiro bebê. É preciso conceber, alimentar, vigiar e manter em boa temperatura”, disse ela em sua biografia Régine, Me Chame pelo Meu Nome.                                                          

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