MP afirma que Igreja Universal foi utilizada para lavagem de dinheiro da prefeitura do Rio
Relatório com informações levantadas indica que igreja movimentou de forma "atípica" mais de R$ 5 bilhões

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirma ter encontrado indícios de "bilionárias movimentações atípicas" feitas pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e também afirmou ser "verossímil concluir" que a entidade religiosa está sendo "utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração mundial" do Rio de Janeiro. O prefeito da capital carioca, Marcelo Crivella é bisco licenciado da Igreja.
A análise está destacada em documentação de 262 páginas, assinado e com data de 2 de setembro de 2020, encaminhado à Justiça pelo Suprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos do MPE-RJ, Ricardo Ribeiro Martins.
Na petição, a qual o G1 teve acesso, o sub-procurador geral destaca a existência de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão com vínculo com Ministério da Fazenda, indicando que a entidade religiosa "foi objeto de comunicação em razão da identificação de movimentações financeiras de R$ 5.902.134.822,00", entre o dia 5 de maio de 2018 e 30 de abril de 2019.
Segundo apuração feita pelo G1, o RIF reúne informações de diferentes CNPJ´s da Igreja, além de incluir movimentações de entrada e saída de dinheiro vivo, da mesma forma que transferências bancárias. O registro de movimentação atípica em um RIF do COAF não quer dizer necessariamente que esteja ocorrendo um crime.