MPF abre inquéritos para investigar possíveis irregularidades na proteção de indígenas na gestão Bolsonaro
Procuradoria vai avaliar se há indícios de improbidade administrativa.

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Dois inquéritos civis foram abertos pela Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar supostas irregularidades em políticas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para a proteção de comunidades indígenas.
Atos da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos serão analisados. A Procuradoria vai avaliar se há indícios de improbidade administrativa.
A investigação envolve uma portaria editada em junho de 2021 pela Funai, que modificou a composição dos grupos técnicos de trabalho de identificação, delimitação e demarcação de áreas indígenas.
A alteração teria permitido a substituição de antropólogos renomados por servidores do próprio órgão, sem especialização técnica adequada, sob justificativa de economia para os cofres públicos.
Além disso, será apurado também a suposta ineficiência na execução orçamentária do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos em 2020, quando foram usados apenas 44% do orçamento previsto. A execução teria impactado programas vinculados às políticas de proteção das populações indígenas e quilombolas.
A pasta confirmou para a Procuradoria durante procedimento preparatório, a diferença entre recursos empenhados (reservados) e recursos liquidados, mas "justificou este descompasso com o fato de que o Ministério não é "finalístico", isto é, depende, para a concretização das ações e programas a ele vinculados, da celebração de parcerias com outros entes públicos e privados.