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Mulheres negras são as que mais sofrem com a perda dentária, aponta estudo

Tese de doutorado de Lívia Helena Terra foi publicada na revista científica Plos One

Por Da Redação
Ás

Mulheres negras são as que mais sofrem com a perda dentária, aponta estudo

Foto: Reprodução/Pixabay

Dados da tese de doutorado de Lívia Helena Terra e Souza, publicados na revista científica Plos One, mostram que a perda dentária em mulheres negras é 19% maior do que em homens brancos. Considerando apenas o segmento feminino, as negras apresentam perda 26% maior do que as brancas. Além disso, o levantamento aponta que, se for considerado apenas pessoas negras, as mulheres apresentam perda 14% maior do que os homens. 

A pesquisa afirma que, sob qualquer critério, as mulheres negras são as mais afetadas pela perda dentária. “Entrevistadores treinados, usando um questionário pré-codificado, aplicado por meio de tablets, colheram os dados de 3.021 pessoas, com idade mínima de 10 anos. As perguntas foram: ‘Você já perdeu um dente [superior ou inferior]? Se sim, perdeu um, mais de um ou todos os dentes?’. Foram desconsiderados os dentes de leite, os sisos e os extraídos para colocação de aparelho”, explicou Lívia.

Segundo a pesquisadora, 52% das pessoas entrevistadas já haviam perdido pelo menos um dente. No entanto, ela afirmou que foi detectada uma forte disparidade em relação às perdas, principalmente quando eram cruzadas as variáveis “raça” e “sexo”, fazendo das mulheres negras o segmento mais afetado.

“As minorias raciais, neste caso os negros, podem incorporar biologicamente os efeitos do racismo, com exposições discriminatórias cotidianas. Adversidades ao longo da vida, como pobreza, estresse psicossocial, estereótipos e contexto de moradia, podem afetar a saúde física e mental, alterando as funções cardiocirculatórias, metabólicas e imunológicas. Na saúde bucal, é possível que as iniquidades se devam a pobreza, níveis de educação ou discriminação nos cuidados de saúde”, diz o artigo.

O levantamento recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e foi contemplada com duas premiações: Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese (2022), conferida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos (2021), conferido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH).

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