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Museu virtual de contos africanos reforça a luta antirracista para o público infantil

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Museu virtual de contos africanos reforça a luta antirracista para o público infantil

Site conta com histórias lúdicas sobre orixás e ancestralidade

Museu virtual de contos africanos reforça a luta antirracista para o público infantil
Foto: Divulgação

Tudo começou quando a pequena Larissa Reis, de apenas sete anos, começou a sua história com o universo dos livros. Neles, ela encontrava força e imaginação para ser o que quiser. Porém, a falta de representatividade sobre os seus antepassados e a falta de informação sobre a história dos povos africanos apareciam como um ponto de interrogação para a garota. 

Foi guiada por questões que Larissa se tornou pedagoga e decidiu criar o Mucai: Museu Virtual de Contos Africanos e Itan, que na língua iorubá significa “História”. Ela desenvolveu o projeto durante o mestrado, em 2015, em conjunto com alunos de uma escola pública no bairro do Cabula. O objetivo? Fazer com que os pequenos se sintam representados e percebam que a história dos povos africanos não começou com a escravidão.

A pedagoga e escritora Larissa Reis defende uma leitura com mais representatividade | Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista ao Farol da Bahia, Larissa falou sobre a importância de abordar a história dos povos africanos nas escolas e como isso pode contribuir para a luta antirracista da futura geração.

"Por ser uma pedagoga antirracista, eu já tenho esse olhar muito mais combativo. Essa luta por uma pedagogia descolonizadora foi um compromisso que eu escolhi, que eu abracei e vou priorizar os contos africanos porque acho uma forma pedagógica de enfrentar o racismo e possibilitar às crianças negras e não negras de aprender e conhecer as histórias africanas e afro-brasileiras. Eu acho que a forma de desconstruir e descolonizar é por aí", ressaltou a pedagoga.

Oficina sobre o MUCAI com contação de histórias para meninas da Ong Bahia Street, em outubro de 2019 | Foto; Arquivo Pessoal

Larissa, que também é escritora, arte-educadora e doutoranda em Educação, contou que o projeto teve como base a Lei 10.639/03, que obriga a inclusão da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. No site do museu estão disponíveis diversos contos lúdicos sobre orixás, que reforçam as tradições e ancestralidade do povo preto.

Sobre a educação da História dentro das escolas, Larissa enfatiza que "ainda tem muito a ser feito. Tem a Lei 10.639/03 e ela não tá aí a toa. Ela é fruto do movimento negro, da luta do movimento negro por reconhecer que o racismo está aí por toda parte e afeta diretamente também o que está na escola. [...] A lei está aí para obrigar os profissionais da educação a olharem para cultura africana e afro-brasileira é uma perspectiva mais responsável". 

Por ser colaborativo, o projeto é aberto para receber novos contos, desenhos, músicas entre outros. Para isso, basta mandar um e-mail para museuafricaqui@gmail.com ou divulgar dentro do próprio site. As redes sociais do Mucai são: o Instagram @museumucai e o @mvmucai, no Facebook.

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