Na COP30, Governo federal, Ibram e Reino Unido não comentam condenação da BHP
Na COP30, acontece neste momento um evento com representantes de governos do Brasil e do Reino Unido sobre minerais críticos

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
PEDRO LOVISI
Na COP30, acontece neste momento um evento com representantes de governos do Brasil e do Reino Unido sobre minerais críticos.
No local, também estão líderes de importantes empresas do setor e do Ibram, associação que reúne as maiores mineradoras em operação no Brasil, incluindo a BHP.
Eu seus discursos, nem a secretária de geologia, mineração e transformação mineral, Ana Paula Bittencourt, nem a subsecretária de segurança energética do Reino Unido, Katie White, mencionaram a tragédia de Mariana e a condenação da BHP na corte inglesa nesta sexta-feira (14).
Procuradas pela reportagem, elas não quiseram se pronunciar, assim como o vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva.
Condenação
A mineradora inglesa BHP foi condenada pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres, nesta sexta-feira (14), pelo rompimento da Barragem de Fundão, na cidade de Mariana, em Minas Gerais. A empresa é acionista da Samarco, responsável pelo desastre.
Não foi divulgado o valor da indenização que a empresa terá de pagar.
Segundo a decisão da Justiça inglesa, “o risco de colapso da barragem era previsível. Diante dos sinais óbvio de rejeitos saturados e contrativos e de números incidentes de infiltração e fissuras, foi imprudente continuar a elevar a barragem ao longo do alinhamento do recuo de ausência de uma análise escrita adequada da estabilidade do recuo e dos riscos associados”.
A análise feita no documento informa que um teste de estabilidade teria identificado fatores de segurança.
"É inconcebível que uma decisão tivesse sido tomada para continuar a elevar a altura da barragem nessas circunstâncias e o colapso pudesse ter sido evitado".
No segundo semestre de 2026 haverá nova audiência sobre o caso, que deve estipular a multa que a BHP terá de pagar.
Dez anos
No último dia 5 de outubro, a tragédia em Mariana completou dez anos. O rompimento da Barragem de Fundão despejou toneladas de dejetos provenientes da mineração e contaminou rios. Também atingiu municípios próximos e matou 19 pessoas.


