Nacionalismo de vacinas contra Covid ameaça meta de doses estipulada pela OMS
Entidade tem objetivo de distribuir 2 bilhões de doses de imunizantes

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O nacionalismo na abordagem para vacinas em países como Estados Unidos e Índia pode atrasar os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) para entregar 2 bilhões de doses às nações mais pobres e de renda média até o fim do ano, de acordo com Adar Poonawalla, diretor-presidente do Serum Institute of India.
A empresa responde pelo fornecimento de mais da metade das vacinas usadas até agora no programa Covax, apoiado pela OMS, que visa o acesso equitativo às vacinas no mundo todo. Muitos fabricantes, incluindo o Serum, já perderam prazos e compromissos, disse Poonawalla em entrevista nesta quarta-feira (17).
Ele declarou que levará de dois a três meses para realmente acelerar os embarques à Covax, e alcançar a meta de 2 bilhões de doses em 2021 será um desafio, disse, prevendo que “se estenderá por alguns meses”. Os comentários de Poonawalla destacam o desafio da desigualdade em relação às vacinas que ameaça prolongar a pandemia.
A Covax tem demorado a decolar, e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, atribuiu isso a empresas e países que priorizam acordos bilaterais antes do processo de aprovação do órgão de saúde. Embora a abertura do mercado privado ajudasse a acelerar a campanha de vacinação da Índia (que só administrou cerca de 32 milhões de doses até agora, abaixo do ritmo necessário para atingir a meta de 300 milhões de pessoas até agosto), há preocupações de que isso eleve os preços e dificulte o acesso em um país com enorme desigualdade de renda.