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Não beba destilados se não tiver 'absoluta certeza' da origem, diz Padilha

Ministro, que também é médico, citou "três regras para qualquer bebida alcoólica"

Por FolhaPress
Às

Não beba destilados se não tiver 'absoluta certeza' da origem, diz Padilha

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sugeriu que as pessoas não tomem destilados, a menos que tenham "absoluta certeza" da procedência. 

Ministro, que também é médico, citou "três regras para qualquer bebida alcoólica". "Primeira regra, se beber, não pode dirigir. Segunda, se for beber, sempre muito hidratado e bem alimentado, isso pode, inclusive, reduzir os impactos de uma bebida adulterada, como é o caso do metanol. E terceiro, tenha segurança da origem", disse, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quarta-feira (1º).

"Eu sugiro, de fato, que as pessoas evitem, nesse momento, ingerir bebidas destiladas sem terem absoluta certeza da origem dela", disse Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

Além de evitar consumir destilados de origem incerta, pacientes devem fornecer informações detalhadas aos profissionais de saúde. "Quando [pacientes] chegam à unidade [de saúde], às vezes contam os seus sinais, seus sintomas, mas não fazem alerta específico: 'fui a um lugar, bebi algo de que eu não sabia a origem'", afirmou Padilha.

Expectativa do ministro é que número de casos suba após mudança de protocolo nos atendimentos e testagens. A pasta passou a orientar os profissionais de saúde a notificarem os casos com a maior brevidade possível, "logo no primeiro contato suspeito", para mapear o tamanho do problema.

"O reforço dado pelo Ministério da Saúde no nosso sistema de vigilância vai exatamente no sentido de chamar atenção dos profissionais de saúde que estão lá na ponta, são eles que atendem os casos, que aumentem o número de notificação de casos suspeitos", disse o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

BRASIL TENTA COMPRAR ANTÍDOTO DO EXTERIOR
Ministério acionou a Organização Panamericana de Saúde para compra de fomepizol. Segundo Padilha, o governo vai verificar "a possibilidade de importar diretamente com quem já produziu esse antídoto para ter uma espécie de estoque de reserva".

Ele salientou, contudo, que o etanol farmacêutico —principal antídoto contra intoxicação por metanol— está disponível no Brasil. O ministro explicou que este "não é o etanol comum, o das bebidas, muito menos o dos combustíveis", deve ser usado "sob supervisão dos centros de referência de intoxicação".

MAIS DE 20 CASOS ESTÃO SOB INVESTIGAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO
Governo de SP anunciou nesta terça-feira (30) que registrou 22 casos de intoxicação por metanol. Sete foram confirmados e 15 estão em investigação. 

Do total, cinco casos resultaram em morte, das quais está confirmado que uma tem relação com a ingestão de bebidas alcoólicas. As outras quatro estão sendo investigadas. O protocolo prevê coleta de sangue ou urina, análise laboratorial e, depois, investigação sobre as condições da ingestão. 

Governo paulista busca detectar origem da bebida adulterada. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda vão analisar as notas fiscais dos estabelecimentos e cruzar as informações para chegar aos distribuidores.

"Vamos buscar descobrir quem comprou de quem, de onde está saindo essa bebida adulterada, quem são os fraudadores, a partir desse cruzamento de informações, saber se o problema está no distribuidor, no estabelecimento que está comprando o material sem a procedência correta, ou em outro elo da cadeia", disse Tarcísio de Freitas.

Três estabelecimentos foram interditados nesta terça-feira em São Paulo e região metropolitana. Um bar na Alameda Lorena, nos Jardins, um na Mooca, zona leste, e outro em São Bernardo do Campo. Todos eles tiveram bebidas com suspeita de adulteração apreendidas pela Vigilância Sanitária municipal.

REAÇÃO AO METANOL
Corpo reage à transformação do metanol em ácido fórmico no organismo. A substância é altamente tóxica, pois provoca acidez no sangue e prejudica o funcionamento das células.

Efeitos da intoxicação dependem de fatores como peso e capacidade metabólica. Quem tem menos peso tende a metabolizar mais rápido e sentir os sintomas mais graves antes.

Não há quantidade definida que faça mais ou menos mal. Segundo especialistas, qualquer quantidade é nociva e capaz de desencadear sintomas graves.

Existem diferenças de intoxicação para ressaca comum. No caso da ressaca, há dor de cabeça e náusea. Na intoxicação, o paciente sente uma dor aguda abdominal, além da visão borrada.

Tem como identificar o metanol na bebida? Não, geralmente a substância não apresenta diferença de sabor ou cor.

Gosto fica diferente com metanol? Também não. A substância é muito semelhante ao etanol usado em bebidas alcoólicas. Só se descobre que é metanol pelos sintomas e após exames clínicos.

Metanol é encontrado em produtos industriais. Geralmente, está presente em solventes, combustíveis e plásticos. O líquido é incolor, tem um cheiro suave e é inflamável.

COMO SE PRECAVER?
Evitar consumo de bebidas de procedência duvidosa. Além disso, as bebidas consumidas precisam ser regularizadas.

"Essa intoxicação é recente não era algo que se ouvia falar com muita frequência. A questão das bebidas a gente precisa acompanhar, e as pessoas precisam estar informadas", disse Mariana de Moura Pereira, especialista em análises clínicas e pesquisadora do Laboratório de Toxicologia da USP

Donos de bares devem recusar bebidas sem rótulo. É importante desconfiar de produtos fora do padrão, afirmou Gabriel Pinheiro, diretor da AbraselSP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo), em entrevista ao UOL News.

Comprar em fornecedores homologados, desconfiar de promoções absurdas e verificar rótulos. "Um lacre diferente, um rótulo diferente, é para desconfiar e devolver o produto", orientou Pinheiro. 

Procon de São Paulo orienta procurar o Disque-intoxicação. O número 0800 722 6001 dá orientação clinica e toxicológica.

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