Saúde
Desde 2017, meta de 95% da cobertura vacinal de poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, defendeu que os baixos índices de cobertura vacinal são um problema de natureza global, e não uma dificuldade apenas do Brasil, durante coletiva de imprensa em homenagem ao Dia Nacional da Vacinação, nesta segunda-feira (17), na sede do órgão, em Brasília (DF).
“Apesar de todos os esforços do estado brasileiro, vivemos um problema mundial, que é a queda da cobertura vacinal. Isso acontece em todo o mundo, não é um problema só do Brasil”, afirmou.
Na ocasião, o Ministério da Saúde apresentou dados sobre a imunização no país e convidou a população e a mídia a incentivarem que pais levem os filhos às salas de vacinação. O país vive cenário de alerta com a iminente volta de doenças que haviam sido controladas pela vacinação, como a poliomielite, o sarampo e a meningite.
Desde 2017, a meta de 95% da cobertura vacinal de poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida. No ano passado, a imunização contra a doença ficou em 69,99%. Até o momento, em 2022, o índice está no patamar de 65,6%.
No pronunciamento, Queiroga usou dois argumentos para justificar a queda nos níveis de vacinação: a questão geracional e a emergência de saúde ocasionada pela Covid-19. “Em parte, por conta das pessoas não lembrarem o que representa a doença da poliomielite. Os pais jovens de hoje não sabem o que é a poliomielite, temos de alertá-los”, disse.
Logo após, o ministro citou as políticas de distanciamento social adotadas nos estados e defendeu que “forçar as pessoas a se vacinarem não funciona”.
“Aqui mesmo no início dessa pandemia alguns preconizavam fechar as unidades básicas de saúde, e o que acontece quando se fecha as UBSs? Cai a cobertura vacinal. Outros defendiam fechar e fecharam as escolas e o que acontece? O esforço que se faz para vacinar as crianças diminui. Ao contrário desses que querem fechar tudo, nós tomamos medidas mais efetivas do que forçar as pessoas a se vacinar (sic), isso não funciona”, disse Queiroga,
Vacinas contra Covid-19
No evento, Queiroga ainda criticou a gestão de governos anteriores na pasta e comentou a suposta demora em adquirir vacinas contra Covid-19, tema citado no debate da TV Band, nesse domingo (16).
“‘Ah, porque atrasou as vacinas’, quando foi aprovada a vacina no Brasil? A cerimônia foi transmitida, todo mundo viu, e ela foi automaticamente aplicada. Como podemos aplicar a vacina sem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)?”, questionou.
Queiroga frisou que “toda a população brasileira sabe que não houve atraso nenhum em vacinas”, e que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que questionou o atual governo sobre o tema, estava comparando a imunização para duas enfermidades: Covid e H1N1, que não têm “nada a ver uma coisa com a outra”.
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