Não há nenhum médico brasileiro trabalhando nos cinco municípios mais pobres do Brasil pelo programa Mais Médicos
Governo mantém dificuldade para fixar médicos em áreas mais vulneráveis ou distantes de grandes centros

Foto: Reprodução/TV Brasil
Dados do Ministério da Saúde obtidos pelo jornal O Globo através da Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que entre os cinco municípios brasileiros mais pobres, nenhum tem atuação de médicos brasileiros pelo programa Mais Médicos, relançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pelo menos até o final do ano passado o programa não havia colocado nenhum profissional brasileiro em Melgaço (PA), Fernando Falcão (MA), Atalaia do Norte (AM), Marajá do Sena (MA) e Uiramutã (RR). Nesta ordem, eles representam os municípios brasileiros com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, os municípios representam 77,3 mil moradores com apenas dez profissionais credenciados pelo programa até o fim de 2022 — todos intercambistas. O cenário era o mesmo nos anos de 2020 e 2021.
Há uma dificuldade por partir do governo federal em fixar médicos, a longo prazo, em regiões mais vulneráveis do país. Lançada no último dia 20, a nova versão do programa prevê a abertura de 15 mil vagas até o final do ano com prioridade para médicos brasileiros com registro profissional.
O secretário nacional da Saúde Primária (SAPS), já afirmou, no entanto, que o governo não está seguro que todas as vagas serão preenchidas pelo público-alvo.
"O governo irá estimular a ocupação das vagas, em maior proporção, por profissionais com registro no Brasil. No entanto, não há segurança no governo que, mesmo com novos estímulos, 100% das vagas sejam ocupadas por brasileiros" afirmou Nésio Fernandes