/

Home

/

Notícias

/

Coronavírus

/

“Não há nenhum trabalho que comprove a eficácia”, diz presidente do CFM sobre a cloroquina

Notícias
Coronavírus

“Não há nenhum trabalho que comprove a eficácia”, diz presidente do CFM sobre a cloroquina

Ele afirmou ainda que a doença é um verdadeiro ‘caos’

Por Da Redação
“Não há nenhum trabalho que comprove a eficácia”, diz presidente do CFM sobre a cloroquina
Foto: Divulgação/ CFM

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que o órgão vai se pronunciar ainda nesta semana sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes portadores da covid-19. Ele se mantém cauteloso e evitou revelar qual será a posição da entidade, mas fez a ressalva de que "não existe nenhum trabalho na literatura mundial que comprove a eficácia" do medicamento no tratamento da doença.

"O que acontece no Brasil é uma situação pouco usual. Pessoas comentam sobre a droga como se tivessem domínio absoluto", afirmou. De acordo com Ribeiro, "o fato de não existir evidência científica não quer dizer que não se pode recomendar uso, mas com segurança", pontuou.

Ribeiro destacou que a doença que tem assolado o Brasil e o mundo é um verdadeiro caos e disse que o país está entrando na fase crítica.

“Essa doença é um caos. Assim que o CFM enxerga. Estamos começando a entrar na fase mais aguda. Em que infelizmente as mortes irão acontecer. E certamente em algum grau haverá colapso no sistema de saúde. Nenhum país do mundo está preparado para demanda tão grande, disse.

O presidente do CFM também se posicionou a respeito de fala dos gestores públicos sobre o relaxamento do isolamento social em meio à crise.

“O CFM se guia pela ciência. Agora, infelizmente, nesta doença estamos desesperados, tentando nos agarrar em algo que venha do mundo acadêmico, mas essa coisa ainda não existe. É muito nova a doença. Tudo é empírico. Acreditamos no afastamento social e na higienização. O que vemos no mundo? O que funcionou até agora foi exatamente isso.

A respeito do uso da cloroquina no tratamento dos infectados pela Covid-19, ele se esquivou de um resposta mais concreta e disse que os estudos ainda não foram concluídos.

“Não posso me antecipar porque não concluímos (estudos). Estamos discutindo. O fato de não existir evidência científica não quer dizer que não se pode recomendar uso, mas com segurança. O que existe hoje de evidência científica para o tratamento da doença é higienização e isolamento. Como vamos liberar e se nós vamos o uso da hidroxicloroquina, estamos discutindo. Essa questão está totalmente politizada. O que acontece no Brasil é uma situação pouco usual. Pessoas comentam sobre a droga como se tivessem domínio absoluto. Quando na realidade, quando se fala com pessoas sérias, as sociedades especializadas, todos têm uma única resposta. Não existe nenhum trabalho na literatura mundial que comprove a eficácia e segurança desta e de qualquer outra medicação no tratamento da covid-19. Isso não tem nenhuma novidade quando se fala. Somos movidos por medicina baseada em evidência”, disse.

Ele também se mostrou contra a antecipação de formatura dos alunos de medicina para atuarem no combate ao novo coronavírus. “Somos contra a antecipação da formatura de estudantes de medicina. Vamos ter aproximadamente 27 mil formandos no ano. Numa reunião no MEC questionamos o seguinte: quantos vão se formar no meio do ano? Não sabiam. Para que antecipar? Vai comprometer o curso. Vão perder 25% do período de internato, que é essencial na formação. E muitos destes médicos, quando pegarem o CRM, quem garante que vão atender no combate à covid-19? Achamos que não tem nada de positivo”, concluiu.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário
Eu li e aceito osPolítica de Privacidade.
© 2018 NVGO
redacao@fbcomunicacao.com.br
(71) 3042-8626/9908-5073
Rua Doutor José Peroba, 251, Civil Empresarial, 11º andar, Sala 1.102