Especialista explica tumor diagnosticado em filho de Safadão e Mileide: 'Doença pode ser encontrada em outros órgãos'

O filho do cantor Wesley Safadão e da influenciadora Mileide Mihaile foi diagnosticado com tumor no crânio após sentir fortes dores de cabeça. Yhudy Lima, de 14 anos, passou por uma cirurgia de emergência em São Paulo, na última sexta-feira (19) e recebeu alta hospitalar na segunda (22). 

Foi a partir de queixas constantes do adolescente que ele foi encaminhado para realizar exames e os médicos detectaram um tumor ósseo no osso parietal (localizado nas partes superior e lateral do crânio), identificado como granuloma eosinófilo, também conhecido como histiocitose de Langerhans.

Em entrevista ao Farol da Bahia o coordenador da UTI neurológica do Hospital Mater Dei Salvador, Dr. Jamary Oliveira Filho, explicou que a medicina ainda não conhece as causas da doença, mas que há identificações de diversas mutações genéticas defeituosas que provocaram inflamações crônica das células. 

"O histiocitose de Langerhans é uma doença inflamatória e que a gente não conhece exatamente a causa, mas já tem identificados algumas mutações genéticas que, cujo defeito pode provocar uma inflamação crônica, maturação anormal de células inflamatórias, e essas células inflamatórias formam granulomas que são acúmulos dessas células em diversos órgãos", disse.

O especialista também destacou que esses acúmulos podem ser observados em diversas regiões além do cérebro, a exemplo do pulmão, ossos e pele. 

"A causa exata não é conhecida não. Apesar da gente conhecer algumas mutações que podem predispor os pacientes a fazerem, não sabemos exatamente qual é a causa de certo percentual dos casos", pontuou ao afirmar que a doença é rara e acomete 1 e em casa 100 mil crianças. 

Sintomas e diagnóstico 

À reportagem, o médico explicou que, quando a histiocitose de Langerhans acomete o cérebro, as dores de cabeça são comuns, mas como a doença pode ser encontrada em outros órgãos, os sintomas variam conforme a região localizada. "Vai variar muito de acordo com qual órgão que está afetado, por isso que é tão difícil fechar o diagnóstico baseado somente na constelação de sintomas. Quando envolve o pulmão pode ter tosse, falta de ar, chamado dispneia, pode ter acúmulo do fígado, dando sintomas de insuficiência hepática, pode ter alteração de glândulas endócrinas, indicando deficiência de produção de hormônios, por exemplo, aí as manifestações por causa disso vão ser bastante variadas", disse Dr. Jamary Oliveira.

Questionado sobre como é feito o diagnóstico, o médico informou que o exame para detecção é a biópsia porque o acúmulo das células inflamatórias podem parecer com um tumor em exames de imagem. "O diagnóstico a gente só consegue fazer com biópsia mesmo, então apesar da suspeita clínica, por vídeo e alguns exames de imagem, esses acúmulos parecem tumores mesmo", destacou o profissional. 

"Muitas vezes parece que é um câncer disseminado, quando na verdade é um acúmulo de células inflamatórias. Então, nesse sentido, vem como uma boa notícia para as famílias que recebem esse diagnóstico porque deixa de ter esse diagnóstico de tumor e passa a ser um diagnóstico de uma doença inflamatória, que responde bem a medicações anti-inflamatórias, com corticoide, imunossupressores e aí com esse tratamento em geral o paciente consegue entrar em remissão e usar alguma terapia de manutenção para evitar o retorno dessas lesões com o passar do tempo", completou.