Neto alia DEM a partidos de esquerda e deixa dúvidas sobre ideologia
Em Salvador, DEM e PDT remaram juntos na disputa pelo Executivo municipal

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Teoricamente em lados ideológicos opostos, o Partido Democrático Trabalhista - PDT (centro-esquerda) e o Democratas - DEM (centro-direita) selaram alianças para as eleições municipais de 2020 em pelo menos três capitais no Nordeste, principal reduto eleitoral do PT no país.
Fundado por Leonel Brizola e presidido atualmente por Carlos Lupi, o PDT teve início logo após o processo de abertura política da ditadura militar, sendo alinhado às ideologias trabalhista, socialista democrática e social-democrata.
A legenda também já integrou os governos de Lula e Dilma. No caso da ex-presidenta, a ligação é um pouco mais emblemática: a legenda é uma espécie de berço político de Dilma. Uma das fundadoras do partido no Rio Grande do Sul, a ex-presidente permaneceu nele por duas décadas, até se filiar, em 2000, ao PT. Participou, por exemplo, da campanha do símbolo maior do pedetismo, Leonel Brizola (1922-2004), à Presidência da República, em 1989. Agora, apoiando o que deveria ser um conservadorismo-liberal do partido de ACM Neto, o PDT declarou apoios ao DEM, como em Salvador, São Luís, Fortaleza e Macapá. Especula-se que este primeiro passo no “romance” partidário seria uma prévia de que em 2022, a união de partidos que não apoiam Jair Bolsonaro será a forma de tentar evitar a reeleição do atual presidente, cada dia mais popular e com a avaliação mais em alta.
Na capital baiana, Ana Paula Matos será o nome responsável por representar o partido de Ciro Gomes na chapa com o DEM, em uma aliança com vistas para a eleição presidencial de 2022. Mesmo negando a existência de um acordo para o próximo pleito presidencial, ACM Neto garantiu que vai "namorar" o PDT até lá, o que foi correspondido pelo presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista, Carlos Lupi.