No Dia Mundial do Rim, especialista alerta sobre os perigos das doenças renais crônicas em pacientes de Covid-19
Hoje se comemora o "Dia Mundial do Rim" e o nefrologista Yussif Ali Mere Jr, ressalta necessidade de atenção especial nesses casos e importância da prevenção das DRC

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Apesar de serem conhecidas como “silenciosas”, por não apresentarem sintomas específicos e determinantes, as Doenças Renais Crônicas (DRC) estão entre os diagnósticos mais preocupantes em consultórios devido às identificações tardias. E, agora, a preocupação é ainda maior nos hospitais. Pacientes internados por Covid-19 são mais suscetíveis ao surgimento e agravamento dessas doenças. Por isso, a prevenção, identificação e tratamento correto são essenciais.
E hoje, o “Dia Mundial do Rim”, o médico nefrologista e vice-presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Yussif Ali Mere Jr, alerta que é preciso atenção especial a esses pacientes contaminados e internados por Covid-19. Segundo ele, a doença afeta outros órgãos e não apenas os pulmões.
Yussif Ali Mere Jr diz ser importante destacar sempre que a prevenção é a melhor indicação para evitar o desenvolvimento das doenças renais crônicas. “As duas principais causas das DRC são diabetes e hipertensão. E, quando não diagnósticas no início podem se agravar e comprometer os rins drasticamente levando pacientes a transplantes ou hemodiálise. E todas essas doenças podem ser identificadas com exames de rotina simples, como de urina e hemograma”, orienta.
Segundo a Associação (ABCDT), as doenças renais crônicas atingem 140 mil brasileiros, sendo 30 mil só no estado de São Paulo. Do total desses pacientes no Brasil, 85% são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No Brasil, existem 820 estabelecimentos que prestam serviço de diálise, sendo que 805 são clínicas e o restante unidades hospitalares. No estado de SP, são 180 clínicas especializadas e, em Ribeirão Preto, cinco. Segundo Yussif Ali Mere Jr, o sistema de parceria entre SUS e iniciativa privada no Brasil para diálise é um modelo que deveria ser ampliado. “O estado faz sua parte, que é estabelecer e gerir contratos com a iniciativa privada e o setor privado faz o que mais sabe, que é contratar e capacitar profissionais, manter instalações, investir em equipamentos e atender”, comenta.