Nordestesse na Fliporto Arte: moda, arte e saberes manuais no Parque Dona Lindu!
Aos detalhes...

Foto: Divulgação
Depois de quase dois anos longe da capital pernambucana, a Nordestesse desembarca em Recife na próxima quinta-feira (13), dentro da Fliporto Arte, feira de artes visuais que integra pela primeira vez a programação da Festa Literária Internacional de Pernambuco, dedicada a celebrar o centenário do artista pernambucano Reynaldo Fonseca (1925–2019).
Instalada na Galeria Janete Costa, a feira reúne galerias, artistas independentes, um café e diversas pop-ups, incluindo a da própria Nordestesse, que apresenta uma curadoria especial de marcas cuja criação nasce de processos artísticos e manuais, reforçando a ideia de moda como linguagem.
Entre elas, a Almacor, cujas peças de roupa e decoração são estampadas a partir das obras de jovens artistas neurodivergentes — com autismo, paralisia cerebral ou Síndrome de Down. Cada peça funciona como extensão do gesto, da cor e do olhar desses artistas, de forma ética, sensível e original.
Outra marca com forte vínculo com o universo das artes é a Seu Maraca, de Olinda, conhecida por suas camisas e caftãs com estampas que celebram a cultura pernambucana, ancestral e contemporânea. As estampas são assinadas por artistas emergentes como Carolina Noemia e Afro’G, grafiteiro cuja estética dialoga com o afrofuturismo, sem perder o enraizamento na cultura negra e periférica local.
Celebrando 20 anos com uma edição história, a Fliporto acontece entre os dias 13 e 16 de novembro, no Parque Dona Lindu. A Fliporto Arte abre ao público no dia 13 de novembro, às 13h, com coquetel de inauguração às 19h. Na sexta-feira (14), a Nordestesse promove a roda de conversa “Interseção entre Arte e Moda”, com a participação das marcas presentes na popup.
Conheça as marcas que integram a pop-up Nordestesse na Fliporto Arte:
George Azevedo Art (RN)
O potiguar ganhou fama nacional por trazer desejo para o upcycling de jeans de uma maneira artística e artesanal. Com inspiração na fauna e flora do Rio Grande do Norte, as jaquetas, vestidos, saias e acessórios ganham pinceladas feitas à mão pelo próprio George. Onças, cajueiros, cardumes, lemanjás e o Bumba Meu Boi surgem ora pintados manualmente, ora em estampas.
Lu Madre (PE)
Os brincos, colares e pulseiras da arquiteta pernambucana Luciana Meireles parecem ora de barro, ora de pedra, mas são na realidade feitos com a técnica do papel machê, que imprime uma leveza inacreditável em peças de aparência bold e formas orgânicas. Papéis que seriam descartados são picados e misturados a tintas e impermeabilizantes à base de água: ou seja, além de lindas, as peças contribuem para o processo de regeneração do planeta.
Almacor (BA / MG)
A marca de roupas e objetos para casa tem como ponte forte ilustrações assinadas por jovens neurodivergentes. A mineira Cynthia Jaber e a baiana Cecília Freyre acreditam que suas peças devem ser usadas como se fossem obras de arte. Atualmente, a Almacor conta com um time de 4 artistas, entre 12 e 24 anos. As telas criadas por eles são transformadas em estampas e, em seguida, aplicadas nas peças da coleção.
Matulão (PE)
Criada em 2016 com foco em bolsas artesanais de couro e madeira, a cearense Matulão fez fama pelo design original e atemporal, sem deixar o apelo regional de lado. A origem do nome? Vem do clássico 'Pau de Arara’, de Luiz Gonzaga, que narra a vida de um viajante que levava todas as suas lembranças dentro do matulão, um tipo de alforge. A Matulão já apareceu em novelas como renascer e Vale Tudo e também é queridinha de Fatima Bernardes, Bela Gil e Fê Paes Leme. Hoje, além do couro e da madeira, a marca usa linho e palhinha de decoração em alguns modelos.
MOA (PE)
Lançada em 2019 pela arquiteta pernambucana Moema Cardoso, a MOA é especializada em manualidades como cestaria, macrame, tricô e crochê. Isso vale tanto para suas elaboradas bolsas de palha quanto para as roupas, que mesclam tecidos como algodão e linho com macramê e crochê. As peças são urbanas e perfeitas para todas as estações, fugindo completamente do estereótipo do crochê praiano.
Seu Maraca (PE)
A marca de Olinda criada há quatro anos por Bruno Vieira, professor de história, fez fama com camisas de viscose com estampas que fazem referência à cultura pernambucana, ancestral e contemporânea. Lia de Itamaracá, o Manguebeat, e até a arquitetura dos cinemas modernistas do Recife já foram temas de algumas das coleções.
Para a Fliporto Arte, o destaque são as estampas assinadas por 2 artistas: Carolina Noêmia, conhecida por retratar personagens do folclore pernambucano como a Catita; e Afro'G, nome em ascensão no movimentadíssimo circuito das artes em Pernambuco, artista plástico e grafiteiro da Favela do Detran - Afro'G batizou seu estilo de "afromodernismo", uma estética que bebe do afrofuturismo sem perder a base da sua cultura negra periférica.
SERVIÇO
Nordestesse na Fliporto Arte
Galeria Janete Costa — Parque Dona Lindu
Av. Boa Viagem, s/n — Recife
13 a 16 de novembro
Das 13h às 21h


