Segundo dados de janeiro de 2020 do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). O Brasil possui leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em apenas 545 dos 5.570 municípios, deste total, apenas 482 cidades têm vagas disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ou 8,6%. No Brasil, havia 50 mil leitos de UTI habilitados em janeiro, sendo apenas 22 mil deles disponíveis pelo SUS. Os demais são de hospitais que fazem atendimento exclusivamente por meio de pagamento ou convênios. O Ministério da Saúde anunciou que vai alugar leitos da rede privada, em caso de necessidade para tratar pacientes com covid-19.

A falta de leitos de UTI é considerada como o maior desafio para o caso do Brasil registrar uma epidemia com demanda grande de pacientes infectados com o coronavírus. O médico Wilson de Oliveira Filho, diretor da AMIB (Associação Brasileira de Médicos Intensivistas), defende a descentralização dos leitos de UTI, mas garante que, neste momento de emergência, é preciso abrir imediatamente mais leitos onde há maior estrutura médica e hospitalar. "Não há tempo para isso. Agora é abrir mais em grandes centros e, no mais, orientar a população sobre os cuidados básicos", afirma.

Ele explica que há uma grande disparidade entre as regiões. "A gente tem uma média de três leitos por 10 mil habitantes, só que temos regiões com mais, como Sudeste, e outras com menos, como Norte e Nordeste. No Norte, por exemplo, temos menos de um por 10 mil. Isso é uma complicação, é um problema neste momento: como eles vão fazer com essa carência de leitos e de especialistas?". afirmou.