Novembro Azul: mês também é de conscientização contra a retinopatia diabética
De acordo com oftalmologistas, a doença é a maior causa de cegueira irreversível, sendo mais comum em homens, especialmente pela falta de prevenção

O Novembro Azul ganhou destaque pelo foco na saúde masculina e conscientização sobre o câncer de próstata. No entanto, por conta do Dia Mundial do Diabetes (14/11), também virou sinônimo, nos últimos anos, de combate ao diabetes. O Brasil é o 5º país em incidência da doença no mundo, com 16,8 milhões casos diagnosticados (adultos de 20 a 79 anos). A estimativa da incidência do diabetes em 2030 chega a 21,5 milhões – dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Uma das consequências da falta de controle de açúcar no sangue pode ser a retinopatia diabética, caracterizada por lesões na retina que podem levar à baixa visão ou cegueira, e que afeta notadamente homens.
“A população masculina é mais acometida pela retinopatia diabética, que costuma não se cuidar com a mesma frequência que as mulheres. A conscientização das pessoas em relação à prevenção e diagnóstico precoce é o principal fundamento dessa campanha. Apenas com a conscientização de todos é que conseguiremos tratar de uma maneira adequada e, assim, diminuir a cegueira pelo diabetes”, afirma Ricardo Chagas, oftalmologista do Instituto de Olhos Freitas, empresa do Grupo Opty em Salvador.
O que é - A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes, caracterizada pelo nível alto de açúcar no sangue, que provoca lesões definitivas nas paredes dos vasos que nutrem a retina. Em consequência, ocorre vazamento de líquido e sangue no interior do olho, desfocando a visão. “Com o tempo, a doença se agrava e os vasos podem se romper, caracterizando a hemorragia vítrea, podendo levar ao descolamento da retina”, explica Ricardo Chagas. O diabetes também pode ainda causar o surgimento de vasos sanguíneos anormais na íris, ocasionando o glaucoma.
“Nas fases iniciais da retinopatia diabética, não se percebe perda de visão e isso é um problema, pois as pessoas procuram atendimento médico apenas em casos de retinopatia avançada”, conta o oftalmologista. Nesses casos, a perda de visão e distorção de imagem são os principais sintomas. Uma vez instaladas, as alterações retinianas não se modificam significativamente com a normalização da glicemia, necessitando de tratamento oftalmológico específico. De acordo com a publicação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia - As Condições de Saúde Ocular no Brasil (2019), há evidências de estudos conduzidos durante mais de 30 anos de que o tratamento adequado da retinopatia pode reduzir o risco de perda visual em mais de 90% dos casos.
Conforme explica o especialista em retina e catarata, a retinopatia diabética apresenta comportamento mais agressivo e mais frequente, com risco de perda da visão nos pacientes insulinodependentes (Diabetes tipo 1). Mas vale reforçar que o controle rigoroso do Diabetes Mellitus, caracterizado pela deficiência da insulina, retarda o aparecimento e reduz a progressão da doença. “A melhor maneira de se prevenir a retinopatia é o controle adequado da glicemia. Dessa maneira, controla-se o diabetes e a chance de apresentar complicações como a retinopatia é menor”, conta o médico.
Estudo em jovens – As alterações da visão podem ocorrer em indivíduos jovens, pois a incidência de diabetes do tipo 1, uma doença autoimune, nessa população é mais frequente. Assim, a retinopatia pode aparecer mais precocemente e causar perda de visão. No entanto, um recente estudo norte-americano, publicado no jornal Diabetes Care, apontou um aumento significativo de alterações na visão causadas por retinopatia diabética em jovens com diabetes tipo 2, aquele causado por fatores genéticos juntamente com maus hábitos de vida, como consumo exagerado de açúcar, gordura, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade, que provocam defeitos na produção e na ação da insulina no corpo.
Inicialmente, cerca de 14% dos participantes da pesquisa tiveram alterações no olho muito precoces. Em uma segunda análise, apenas sete anos depois, metade dos pacientes com idade média de apenas 25 anos apresentava sinais de lesões oculares. Enquanto 39% tiveram casos leves ou muito leves da doença ocular, cerca de 4% tiveram sua forma mais grave. Em comparação com os pacientes levemente afetados, aqueles com progressão mais extrema apresentaram níveis mais elevados de açúcar no sangue e pressão arterial, bem como mais problemas de saúde.
O diagnóstico – A retinopatia diabética pode ser diagnosticada na avaliação oftalmológica básica. Exames como o mapeamento de retina e exame do fundo de olho devem ser realizados para se detectar a retinopatia diabética. “É bastante frequente o oftalmologista fazer o diagnóstico de diabetes através do exame de fundo de olho. As hemorragias observadas na retina são características do diabetes”, explana Marcos Vale, médico oftalmologista do DayHORC, empresa que também integra o Grupo Opty na capital baiana.
Os exames oftalmológicos devem ser realizados anualmente em pessoas com ou sem diabetes. Já os pacientes que apresentam algum grau de retinopatia devem ser examinados com mais frequência. Em casos mais avançados, recomenda-se fazer exame a cada três meses.
Tratamentos – Em casos moderados, a terapia antiangiogênica, com ou sem laser, é a principal forma de tratar a doença. A fotocoagulação vem como uma coadjuvante. Nos avançados, a cirurgia vítreo-retiniana (vitrectomia via pars plana) deve ser realizada para a retirada do sangramento e/ou colocação da retina na posição correta.
“Existe muita pesquisa na área de diabetes, pois o número de pessoas com esta doença aumenta a cada ano. Duas terapias (brolucizumab e faricimab) têm sido estudadas e testadas, com resultados promissores para possível uso em 2022. No entanto, tecnologia à parte, o controle do diabetes é fundamental para impedir o aparecimento e a progressão da retinopatia”, conclui o oftalmologista, que é especializado em cirurgia vítreo-retiniana.
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. Nesse formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas e concentra seu foco no exercício da medicina.
Atualmente, é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 23 empresas oftalmológicas, e mais de 2500 colaboradores e 1200 médicos oftalmologistas. Além das marcas próprias HOBrasil (BA, DF, RJ e SP) e Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF, RJ e SC), fazem parte dos associados: Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), Instituto de Olhos Villas (BA), Oftalmoclin (BA), Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), Hospital de Olhos INOB (DF), Hospital de Olhos do Gama (DF), Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), Sadalla.Smart (SC), HCLOE (SP), Visclin Oftalmologia (SP), EyeCenter Oftalmologia (RJ), COSC (RJ), Oftalmax Hospital de Olhos (PE), UPO Oftalmologia – Unidade Paulista de Oftalmologia (SP), HMO – Hospital Medicina dos Olhos (SP), Visão Center (PE), e OftalmoDiagnose (BA), resultando em 63 unidades de atendimento. Visite www.opty.com.br.


