Novo El Niño se aproxima e preocupa cientistas com seus impactos globais

Relatório da NOAA aponta formação de El Niño de intensidade forte a muito forte e ressalta consequências climáticas para diferentes regiões

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FOTO: Reprodução

Um relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a agência climática dos Estados Unidos, revelou que um novo El Niño está previsto para ter início até o mês de julho. Imagens de satélite da agência mostraram que a temperatura do Oceano Pacífico próximo ao litoral do Equador e do Peru está 2,4ºC mais quente do que o normal, indicando a formação de um El Niño de intensidade forte a muito forte. 

Segundo o relatório, as temperaturas acima da média da superfície do mar se expandiram ligeiramente em abril, e a previsão é que o El Niño se forme durante a temporada de maio a julho deste ano, estendendo-se para 2024. A NOAA ressalta que há 90% de chance de ocorrência do fenômeno, mas destaca que ainda não é possível afirmar com certeza que o padrão climático já começou, pois são necessárias semanas consecutivas de aquecimento nessa região do Pacífico para que seu início seja declarado.

O El Niño faz parte de um fenômeno maior chamado El Niño-Oscilação Sul (ENSO), sendo a fase mais quente da Oscilação. O La Niña, que terminou recentemente após durar três anos, representa a fase mais fria. Ambos os eventos ocorrem de forma irregular, com intervalos de dois a sete anos.

Cientistas climáticos estão preocupados com a transição dramática da La Niña para o El Niño. Daniel Swain, cientista climático da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, observa um aumento sincronizado do calor no oceano e na atmosfera. O El Niño afeta a velocidade e intensidade das correntes marítimas, resultando em mudanças drásticas nos padrões de chuva e seca ao redor do mundo.

No Equador e no norte do Peru, a precipitação aumenta drasticamente, causando inundações e erosão costeira, o que afeta a economia dessas nações. Por outro lado, o El Niño também traz secas severas para a Austrália e a Indonésia, o que gera estresse hídrico em populações que já convivem com oferta limitada de água.

O último episódio de El Niño ocorreu entre 2015 e 2016 e foi considerado o período mais quente já registrado. Estudiosos alertam que esse recorde pode ser superado em breve, prevendo que 2024 será o ano mais quente já registrado no mundo. Além disso, o El Niño pode elevar os termômetros a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, limite considerado seguro pelos cientistas e ratificado pelo Acordo Climático de Paris.


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