Número de famílias ameaçadas de despejo aumenta mais de 50% no Brasil

Desde junho de 2020, pelo menos 36.566 grupos familiares foram vítimas de despejo

Por Da Redação
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Número de famílias ameaçadas de despejo aumenta mais de 50% no Brasil

Foto: Agência Brasil

Dados do Mapeamento Nacional dos Conflitos pela Terra e Moradia, da Campanha Despejo Zero, mostram que, desde fevereiro de 2022, o número de famílias ameaçadas de despejo cresceu pouco mais de 50%, subindo de 132.291 para os atuais 200.323. Ao todo, são 950.848 pessoas atingidas. Dessas, 627.560 (66%) são negras e 570.509 são mulheres (60%), além de 162.595 crianças e 159.742 pessoas idosas. 

“O despejo é devastador para as famílias, especialmente para mulheres, crianças e pessoas idosas. Desde o momento da ameaça, quando acontece o medo de ser despejado, além do trauma de um despejo violento, até às violações de direito enfrentadas por não ter onde morar”, afirmou Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil. “A moradia é porta de entrada para uma série de direitos básicos. Sem teto e sem comprovante de residência, as crianças não conseguem ter acesso à escola e aos serviços de saúde e lazer, enquanto as pessoas idosas sofrem por questões identitárias e pelos laços afetivos criados com o território”, completou. 

O levantamento mostra ainda que o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo (63.424), seguido por Amazonas (29.659) e Pernambuco (21.303). Além das famílias ameaçadas de despejo, os dados mostram também que o país tem mais de 1115 conflitos envolvendo disputas por terra e moradia. Desde junho de 2020, quando a campanha Despejo Zero foi lançada, identificou-se pelo menos 36.566 grupos familiares que foram vítimas de despejo. 

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