Número de pessoas que passam fome sobe para 56,5 milhões na América Latina e Caribe
Em 2021, a insegurança alimentar afetou 40,6% da população

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Entre 2019 e 2021, o número de pessoas passando fome saltou de 13,2 milhões para 56,5 milhões na América Latina e no Caribe. Os dados são do relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e Programa Mundial de Alimentação (PMA).
Segundo o documento, “o aumento da inflação alimentar e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome”. O documento foi elaborado "em resposta à crise alimentar mundial" e apresentado pelas três instituições da ONU em Santiago.
Em 2021, a insegurança alimentar afetou 40,6% da população da América Latina e do Caribe. Um total de 267,7 milhões de pessoas foram afetadas - 62,5 milhões a mais que em 2019.
O aumento nos preços de alimentos aumenta o risco de problemas no acesso a uma alimentação saudável e a alta do preço internacional dos produtos básicos, cujo aumento médio chegou a 11,7% em setembro, é repassada aos consumidores.
“Apesar de ter um superávit comercial agrícola significativo, a América Latina e o Caribe estão expostos a problemas de produção e comercialização e aumentos de preços decorrentes da guerra na Ucrânia”, disse José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário-executivo da CEPAL.
Guerra na Ucrânia afeta preços
De acordo com o estudo, a guerra na Ucrânia afeta a maioria dos países da região que está exposta a problemas de produção e comercialização e a aumentos de preços, por serem importadores líquidos de trigo, milho e óleos vegetais.
O relatório acrescenta que 26 países são altamente dependentes das importações de trigo, enquanto 13 são altamente dependentes das importações de milho. Somente a Argentina é exportadora líquida de produtos agrícolas, enquanto a sub-região do Caribe é importadora líquida de praticamente todos eles.