Número de reuniões de trabalho após às 20h cresce 16% em 2024, aponta estudo da Microsoft
Segundo o relatório, 40% dos usuários já conferiram seus e-mails às 6h da manhã
Foto: Christina Morillo/Pexels
A Microsoft divulgou, nesta terça-feira (17), o relatório "Repensando a jornada de trabalho infinita", que analisou os sinais de produtividade dos usuários do Microsoft 365, incluindo ferramentas como Outlook, Teams, Excel e PowerPoint. A análise revela uma jornada de trabalho exaustiva, que ultrapassa o horário comercial e se estende até os fins de semana.
Segundo o relatório, feito entre janeiro e fevereiro de 2025, 40% dos usuários do Microsoft 365 conferem seus e-mails às 6h da manhã. Já o número de reuniões que começam depois das 20h subiu 16% em comparação ao ano passado.
Além disso, o estudo também revelou que o trabalhador médio recebe ou envia mais de 50 mensagens fora do horário comercial. Foi constatado também que um terço dos profissionais analisados continua ativo depois das 22h.
De acordo com a pesquisa, cada profissional recebe, em média, 117 e-mails por dia, muitos deles enviados para mais de 20 destinatários e com pouco valor prático.
Foi revelado também que 57% das reuniões ocorrem sem agendamento prévio; além disso, uma em cada dez é marcada em cima da hora.
Com isso, o foco é perdido. Segundo o levantamento, os trabalhadores são interrompidos cerca de 275 vezes por dia por e-mails, mensagens ou convites para reuniões — o equivalente a uma interrupção a cada dois minutos.
Além disso, foi constatado que, nos dez minutos que antecedem uma reunião, as edições em apresentações no PowerPoint crescem 122%, o equivalente a "estudar na véspera da prova".
Com toda a pressão do trabalho, efeitos negativos são perceptíveis. Segundo uma pesquisa global solicitada pela Microsoft — feita com 31 mil profissionais do conhecimento, em 31 países —, 54% dos trabalhadores se sentem sobrecarregados, e 39% relatam estar exaustos.
Eles também demonstram frustração com a falta de clareza nas prioridades e com a distância em relação à liderança.
No relatório, a Microsoft sugere que mudanças sejam aplicadas na organização do trabalho, como o uso estratégico da inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas.
